É consenso que, de fato, no Brasil, nunca existiu uma eficiente segurança alimentar para a população. Ademais, vale lembrar que a ONU possui um indicador, o qual monitora o grau de fome sentido pela população de inúmeros de países, de diversos continentes, esse mapa da fome foi criado em 2006 e já na primeira publicação, o Brasil estava presente, porém, apesar de ter conseguido sair desse índice em 2012, no ano de 2014, o país retornou a ele. Primeiramente, é importante salientar que o quadro de fome brasileiro não é atual, pelo contrário, ele é histórico e persistiu há inúmeros períodos da história brasileira. Aliás, o livro Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, o qual foi lançado em 1955, retrata bem a fome, a concentração de terras e a pobreza sofrida por grande parte da população, mas especialmente a nordestina. Além do mais, apesar dessa obra literária ter sido lançada há muitas décadas, ela continua atual, em razão das temáticas abordadas persistirem no país. Dessa forma, o quadro social no Brasil persistiu sendo desigual, pois existe uma forte concentração fundiária na área rural e, consequentemente, isso provoca uma grande desigualdade social, pois a população mais pobre não possui oportunidades de emprego no campo e são levadas a migrarem para a região urbana, logo, provoca-se um inchaço urbano nas metrópoles. Além disso, ainda convém lembrar que apesar de anualmente, o Brasil seguir superando os seus próprios recordes acerca da produção de commodities, essa maior geração de grãos não chega às camadas mais pobres da sociedade. Desse modo, no século XIX, nos EUA, o presidente Abraham Lincoln sancionou a Lei da Propriedade Rural, a qual foi um aparelho jurídico capaz de reduzir as desigualdades de terra no campo. Destarte, em decorrência disso, hoje, nos EUA, existe um melhor quadro de segurança alimentar ofertado para a sua população, uma situação bem diferente da vivida pela sociedade brasileira, pelo motivo de aqui ainda não ter ocorrido um movimento de Reforma Agrária, principalmente em razão de grandes conglomerados políticos beneficiarem-se economicamente dessa atual circunstância. Em vista do que foi dito, medidas são necessárias a fim de garantir uma maior segurança alimentar no Brasil. Portanto, caberá ao Ministério de Desenvolvimento Social ampliar o programa de doação de cestas básicas para população, aumentando o número de grupos sociais possíveis de serem usuários do programa, essa maximização será possível dado que serão feitas parcerias com grandes empresas do setor privado, para que haja uma maior segurança alimentar no Brasil e no intuito de o país poder futuramente sair do mapa da fome, da ONU.