Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Como garantir a segurança alimentar no Brasil

Redação enviada em 17/09/2018

A alimentação é um direito fundamental disposto na Constituição Federal, portanto deveria ser assegurado a qualquer cidadão de maneira a compor sua dignidade, porém nota-se que na prática sua concretização não se dá bem assim. Apesar do Brasil ter deixado o Mapa da Fome nos últimos anos, seu retorno como membro mostra-se eminente, segundo dados do Relatório Luz. Diante de tal conjuntura, vale questionar quais os meios para o país silenciar, de vez, o ronco da fome. Primeiramente, deve-se compreender como a insegurança alimentar é resultado de um panorama mais complexo do que a mera falta de recursos. Partindo do pressuposto que a questão da segurança alimentar abrange da alimentação de má qualidade até a fome em larga escala, nota-se que a problemática não se restringe a ter ou não comida, mas também a qualidade desse alimento. Nesse ínterim, o Brasil erra na sua política de vasta tolerância quanto ao uso de agrotóxicos, que possuem efeitos tanto naqueles que trabalham diretamente com esses químicos, como para aqueles que os consomem. Tal postura dá-se principalmente em favorecimento dos interesses da chamada bancada ruralista do Congresso, que defende os grandes nomes do agronegócio brasileiro, em detrimento do pequeno e médio agricultor. Portanto, falar de extinção de insegurança alimentar sem tratar a forma como os alimentos são produzidos torna-se tarefa impossível. Enquanto não houverem políticas que favoreçam a agricultura familiar em detrimento do agronegócio, que visando a maximização dos lucros artificializa cada vez mais os alimentos e tende a aumentar seu preço no mercado, não será possível atingir a segurança alimentar. Dessa forma, pode-se inferir que o primeiro passo para por fim a insegurança alimentar no Brasil, deve ser dado no campo. Políticas de caráter macroeconômico, de transferência de renda , ou regionais como a de construção de cisternas no semiárido, foram conquistas fundamentais para retirar o Brasil do Mapa da Fome e dar autonomia a esses pequenos produtores, que como se sabe, são os principais responsáveis pelo abastecimento de alimentos para o mercado interno. Porém, o governo atual diminuiu a transferência de recursos para grande parte desses programas, não dando tempo hábil para que seus beneficiários atingissem sua sustentabilidade e independência. Além disso, faz-se relevante ressaltar a importância da introdução da egroecologia no campo, um método que promove o respeito entre terra e agricultor, com base em conhecimentos de povos tradicionais, biodiversa e livre de agrotóxicos. Porém, enquanto não houver incentivos que promovam uma conexão mais eficiente entre produtores e distribuidores, por meio de feiras agroecólogicas, bem como incentivos que deixem os preços desses produtores que produzem alimentos mais saudáveis, entretanto em menor escala, competitivos, a insegurança alimentar ainda permeará a vida do brasileiros. Pode-se inferir, portanto, que segurança alimentar relaciona-se diretamente com a forma como o produto é produzido, e portanto para garanti-la é necessário começar na raiz dessa questão, ou seja, no campo. Assim sendo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deve criar um projeto, em articulação com os governos estaduais, que preveja a capacitação desses agricultores familiares usando como método base a agroecologia, além de articularem feiras agroecólogicas e um programa de microcrédito para financiar os investimentos iniciais desse público alvo, caso necessário. Com isso, fortalece-se o pequeno agricultor em detrimento do agronegócio, e abastece-se o mercado nacional com maior qualidade e com preços mais justos, rumo à promoção da segurança alimentar brasileira.