Em março de 2017, a Friboi, empresa multinacional de pecuária, estampou os jornais após uma divulgação de analises que detectaram a presença de formaldeído – substância tóxica – em seus produtos. Nesse cenário, observa-se que embora esteja presente na constituição o DHAA (Direito Humano à Alimentação Adequada), tais diretrizes contidas nele possuem falhas quanto a sua aplicação, o que corrobora para a negligência na segurança nutricional. Assim, cabe analisar a conjuntura para um equilíbrio das partes. Em um primeiro momento, fica claro que é preciso ir além do papel, usando a aplicabilidade das leis. Isto é, apesar do grande progresso que foi a normatização da segurança alimentar, essas diretrizes carecem de atuação no setor terciário, quando os produtos já estão sendo fornecidos ao consumidor. Tal problemática agrava-se ainda mais nos locais afastados dos grandes centros, quando é quase inexistente a fiscalização. Ademais, é indubitável a importância de estimular e prover uma maior acessibilidade ao campo da alimentação in natura. Ou seja, a agricultura orgânica, que preza pelo cultivo sem adição de insumos químicos, tende a comercializar com um público específico, uma vez que o preço desses alimentos é bem elevado, se comparado com os da engenharia genética. Essa conjuntura é reflexo da ausência de incentivo se comparado às grandes indústrias do agrobusiness. Fica claro, portanto, que é preciso uma expansão na fiscalização e um estímulo ao acesso de alimentos mais saudáveis e, consequentemente, seguro. Assim, é necessário que os municípios ampliem a atuação dos órgãos fiscalizadores, como o Procon, contratando profissionais e expandido as unidades para os interiores. O Governo deve incentivar a indústrias de orgânicos através de subsídios, visando o barateamento, a fim de que esses produtos cheguem a mais pessoas.