A segurança alimentar é um assunto urgente e relevante, pois a alimentação de qualidade é um dos pilares da saúde e um direito do cidadão e está em evidência na mídia devido às diversas violações das normas que a asseguram, descobertas nos últimos anos, acarretando problemas de saúde ao brasileiro e prejuízos econômicos ao Brasil. A Constituição Federal de 1988 determina, em seus Direitos Sociais, que o Estado deve prover alimentação adequada à população e, para isso, deve intervir em diversos setores. Desde a agricultura e pecuária até a disposição final em mercados, passa pela produção, pelo transporte e pelo armazenamento, sendo, portanto, um sistema altamente complexo e, por esse motivo, difícil de ser fiscalizado e adequado às normas de segurança. Além de ser uma necessidade básica do ser humano, o ato de comer é a identidade de um povo, um evento no qual reúnem-se familiares e celebram-se momentos da vida, por isso, existe uma alta demanda da indústria alimentícia, principalmente devido ao aumento continuo da população mundial. No Brasil, nos últimos anos, foram deflagrados diversos crimes por parte de empresas com o objetivo de aumentar lucros, como agrotóxicos em plantações de frutas e vegetais, aditivos químicos potencialmente cancerígenos para diversos fins e manejo inadequado de rebanhos de bois e porcos. Devido à Operação Carne Fraca, promovida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público no ano de 2017, a economia brasileira sofreu intensos prejuízos. Foram encontradas diversas irregularidades nas carnes colocadas à venda, como outros produtos a elas misturado, frangos contendo água acima do permitido e produtos apodrecidos disfarçados. Ao aprofundar a investigação, a PF descobriu esquemas de fraude nas fiscalizações em frigoríficos pequenos e grandes, afetando o Brasil tanto internamente, com a menor procura nos mercados, quanto externamente, com a interrupção das exportações para outros países. Portanto, é possível afirmar a necessidade de ações efetivas do Ministério da Agricultura e Pecuária, por meio da fiscalização de diversos setores alimentícios, em todas as fases de produção; da Receita Federal, para que sejam cobrados os impostos devidos; e por parte da PF, para coibir os crimes a esses processos relacionados. Essas medidas podem ajudar a recuperar a credibilidade dos consumidores brasileiros e dos países importadores e recuperar prejuízos econômicos causados pelas falhas na segurança alimentar.