Título da redação:

O veneno está na mesa

Tema de redação: Como garantir a segurança alimentar no Brasil

Redação enviada em 30/03/2018

Muito se tem discutido, recentemente, acerca dos produtos químicos adicionados aos alimentos e seus impactos na saúde humana. Existem pesquisas sendo desenvolvidas para definir exatamente quais substâncias causam certos prejuízos específicos, mas pouco tem sido feito para reduzir a quantidade de tais aditivos aos alimentos que vão à mesa dos brasileiros. Dessa forma, a agricultura orgânica, que propõe a produção em baixa escala e prioriza a qualidade dos alimentos, se torna viável para garantir uma melhor alimentação para a população. Em meados dos anos 1950, a chamada “Revolução Verde” surgia nos Estados Unidos e, posteriormente, propagou-se em escala global. Tal Revolução constitui-se em adotar métodos para aumentar a produção a fim de erradicar o déficit alimentício. Contudo, inserido no sistema capitalista, o ideológico da Revolução Verde tornou-se obsoleto e os alimentos tornaram-se produtos para alcançar o maior lucro possível. Além disso, um dos os métodos utilizados para impulsionar a produtividade é a aplicação de fertilizantes, que poluem cursos d’água, e agrotóxicos que causam intoxicação alimentar. Segundo o jornal O Globo, mais de sete mil pessoas foram intoxicadas por excesso de venenos agrícolas na comida. Citando a Constituição Federal de 1988: “São direitos sociais a saúde, a alimentação”. Não existe indivíduo saudável sem uma alimentação adequada e segura. Além do mais, a Constituição também incumbe ao Ministério da Saúde a fiscalização e inspeção de alimentos. Todavia, sabe-se que isso não acontece, visto o recente surto da doença de Chagas no Pará, causado principalmente pela ingestão de açaí contendo fezes contaminadas do inseto popularmente conhecido como “barbeiro”, vetor etiológico da enfermidade. Levando-se em consideração esses aspectos, o Estado brasileiro falha em garantir a segurança alimentar de sua população. Por isso, cabe ao Ministério da Saúde fiscalizar de fato os alimentos comercializados, bem como inspecionar o plantio a fim de controlar o uso de agrotóxicos na produção, garantindo assim a saúde e a alimentação segura. Por sua vez, cabe ao Ministério da Agricultura o desenvolvimento de políticas públicas para incentivar a produção orgânica, oferecendo cursos gratuitos de metodologias para segurança durante a produção e distribuição, bem como técnicas orgânicas de plantio.