A segurança alimentar é um direito do cidadão brasileiro, definida como a alimentação saudável, acessível, perene, de qualidade e em quantidade suficiente. Embora seja defendida pela Constituição do Estado, essa garantia do povo é ameaçada pelos latifúndios. O Brasil teve, desde o período colonial, caráter agroexportador. Tal herança histórica perdura; em 2010, o país foi o 3° maior exportador agrícola do mundo, segundo a OMC. Os principais produtos vendidos são soja, carnes, café e o complexo sucroalcooleiro, oriundos de latifúndios principalmente do Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso. Enquanto isso, 7 milhões de pessoas passam fome no Brasil, de acordo com pesquisa do IBGE. Apesar de o país produzir uma quantidade absurda de alimentos, uma parte significativa da população não tem acesso a eles. Além disso, os latifúndios brasileiros são caracterizados pela plantação de monocultura. Esse aspecto da agricultura diminui a variedade de nutrientes disponíveis para o consumidor, fator que é essencial para uma alimentação saudável. Outrossim, os latifúndios significam concentração de terra, sem contar que boa parte dessas áreas são improdutivas. Não à toa o Brasil é o 10° país mais desigual do mundo, segundo relatório da ONU, de 2017. Nessas condições, a alimentação saudável, que é cara, não é acessível para boa parte do povo brasileiro. Portanto, para garantir a segurança alimentar no Brasil, é preciso uma reforma agrária, que diminuiria a desigualdade. A principal forma de produção seria a agricultura familiar, caracterizada pelo uso de poucos agrotóxicos, voltada para o mercado interno e pelo emprego de mão de obra, ao invés de tecnologias.