Ao final de "Her", o protagonista Theodore, após se apaixonar perdidamente por um sistema operacional com inteligência artificial, fica devastado ao ser abandonado pelo programa pois é, como ser humano, limitado demais para ela. A tecnológica impacta vidas cotidianamente, positiva e negativamente, sendo que a busca pelos motivos verdadeiros disso acontecer é deixada de lado. O afastamento social e abstenção de bens necessários para sobrevivência demonstram que a Nomofobia é uma doença que precisa ser discutida pela sociedade. É comum em happy hours pelo país a brincadeira de que quem pegar no celular primeiro pagará a conta, justamente pelo poder de distanciamento proporcionado pela tecnologia portátil. Zygmunt Bauman fala que a vida é uma balança entre proximidade e afastamento, no entanto, os smartfones fazem essa balança pender para o afastamento. Desta forma, o artigo toma proporções além do uso, se torna algo alienador, faz com que pessoas estejam no mesmo lugar, mas sem estarem presentes. Outra questão importante, na nomofobia os pacientes alegam sentir efeitos físicos pela falta do celular, alguns inclusive falam preferir ficar sem se alimentar a ficar sem o celular. A humanidade desenvolveu uma série de patologias conforme foi evoluindo, cada vez ligada a um novo bem de consumo, comida, computador, televisão, drogas lícitas e ilícitas são exemplos disso. Entretanto, o motivo desta insatisfação com a realidade é pouco explorada, inclusive, deixada de lado como algo desimportante. Criação de grupos de estudos estaduais para estudar este fenômeno pelo Ministério da Saúde, incentivo a estudos científicos voltados a psiquê humana pelas universidades e veiculação de campanhas informando sobre este distúrbio, são, portanto, formas de tentar combater esta doença. Assim, com a cooperação entre governo e medicina o movimento cada vez mais simbiôntico entre tecnologia e a humanidade poderá descobrir e combater as raízes do problema.