Título da redação:

Realidade Virtual: O viés da socialização enclausurada

Tema de redação: Como enfrentar o dilema da nomofobia no Brasil

Redação enviada em 07/09/2018

No decorrer do século XXI o smartphone se tornou acessível a um número cada vez maior de pessoas. O aparelho advindo do século XX com objetivo de facilitar a comunicação vem assumindo espaços cada vez maiores e substituindo câmera fotográfica, despertador, e várias outros aparelhos, fato este, que nos torna cada vez mais dependentes do aparelho celular. Dentre as inúmeras problemáticas advindas do uso excessivo da tecnologia, a nomofobia (termo usado para designar o pavor de não estar com o celular) é um problema em ascensão. O smartphone tem dificultado interações presenciais e tornando o isolamento social cada vez mais recorrente. Essa compulsão não atinge somente a esfera social, o uso exagerado do celular é precursor de transtornos físicos, emocionais, comportamentais e psicossociais. Em quatro anos já foram diagnosticadas cerca de 800 pessoas com algum tipo de dependência tecnológica, é o que explica a psicóloga Ana Lucia King, fundadora do Instituto Delete, o primeiro do Brasil especializado em Detox digital. Grande parte das pessoas que desenvolvem a nomofobia não percebem que o mundo virtual está substituindo o mundo real de maneira ofensiva, e que essa compulsão já não está sob seu controle, fazendo com que a busca por ajuda profissional seja tão difícil. Como explica o sociólogo Robert Weiss em seus escritos na década de 70, as redes sociais diminuem a solidão social, mas aumentam significativamente a solidão emocional, causando diversos males à saúde do indivíduo. Diante do exposto, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de abordagem e elucidação acerca das vertentes do tema, e por meio da exposição de casos, dados estatísticos e consequências, retirar o tema do âmbito do indiscutível e estabelecê-lo como prática cabível de discussão e tratamento. Ademais, o Ministério da Saúde deve objetivar a criação de políticas públicas que elucidem a comunidade acerca da problemática e sobre como controlar o uso do smartphone por crianças e adolescentes. Além de uma uma melhor divulgação de tratamento por clínicas psiquiátricas públicas e privadas, afim de que as pessoas acometidas pela nomofobia saibam onde buscar auxílio. Por fim, obteremos o aproveitamento sadio da tecnologia a favor da inclusão social e disseminação de informações.