Título da redação:

Prisioneiros de si mesmo

Tema de redação: Como enfrentar o dilema da nomofobia no Brasil

Redação enviada em 05/09/2017

Em uma sociedade marcada pela globalização, o uso de celulares, notebooks e tablets torna-se imprescindível para manter o fluxo de informações. Esses veículos de comunicação consolidaram-se no contexto da Guerra Fria, entre 1950 e 1985, tornando-se hegemônicos na contemporaneidade. Nessa perspectiva, esses aparelhos da modernidade passaram a exercer um certo domínio sobre as pessoas, desde os jovens aos adultos, determinando pensamentos e disseminando ideologias que prendem a sociedade ao meio virtual, fazendo do homem um ser alienado e nomofóbico. É importante pontuar, de início, que vivemos tempos de modernidade líquida. A fim de corroborar essa afirmativa, podemos lembrar de Zygmunt Bauman, idealizador desse conceito, quando disse que as relações humanas afetivas estão sendo rompidas, causando uma disposição dos indivíduos ao isolamento social. Esse isolamento, no entanto, é uma das principais consequências do estado de nomofobia do indivíduo. Nesse contexto, a dificuldade das pessoas em manterem um contato afetivo e desenvolverem uma vida social, é intensificada por um sistema que prende essas no meio virtual. Logo, esse estado de prisioneiro virtual, gera o que o sociólogo chamou de “Crises de atenção”, pois deixa as pessoas alienadas e inconscientes. É fundamental pontuar, ainda, que, indivíduos que ficam frequentemente no ambiente virtual estão sujeitos a seguirem as exigências coercitivas de dominação que a internet impõe. Mediante esse cenário, Theodor Adorno afirmou que a sociedade tecnológica contemporânea utiliza os meios de comunicação midiáticos como mecanismo de dominação, através dos quais divulga ideologias de forma explícita ou implícita. Assim, prisioneiras dessas ideologias, muitas pessoas veem-se dependentes dos seus celulares, revelando a existência de um dilema de nomofobia na sociedade brasileira. Fica evidente, portanto, a dependência que as pessoas têm dos aparatos tecnológicos, diante de uma sociedade informacional. Para resolver esse problema, cabe às escolas a realização de discussões com os alunos e pais em palestras com psicólogos, a fim de construir, nos infantes, o senso crítico a respeito do uso excessivo de aparelhos celulares, além de desenvolver projetos socioculturais que envolvam pais e filhos em um diálogo afetivo, visando diminuir a comunicação dependente de um meio tecnológico. Ademais, é indubitável que o Governo desenvolva projetos que insiram os jovens e adolescentes em atividades lúdicas, utilizando-se de educadores físicos qualificados para entreter esses em um meio afetivo, livres da dominação virtual. Outrossim, instituições como CRAS, CREAS E PETI, devem elucidar as crianças sobre as consequências do uso exagerado de aparelhos tecnológicos, fomentando essas à prática da leitura. Dessa forma, o dilema nomofóbico será erradicado, deixando a sociedade consciente e presa na afetividade.