Título da redação:

O DESAFIO DA NOMOFOBIA E A CONECTIVIDADE INTEGRAL

Tema de redação: Como enfrentar o dilema da nomofobia no Brasil

Redação enviada em 20/10/2017

Desde 2010, conforme mostrou o censo do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – daquele ano, já existem mais celulares no Brasil do que brasileiros. Em outras palavras, praticamente toda a população possui um aparelho. As facilidades de comunicação intrínsecas ao sistema, bem como a crescente oferta e publicidade dos mais variados tipos de aplicativos para telefones, criaram no brasileiro uma dependência extrema aos seus celulares. Assim sendo, como em todo vício, a abstinência causada pela falta do uso do telefone, mesmo que por alguns instantes, já tem nome: nomofobia, e seus sintomas também são semelhantes, como ansiedade e pânico. Conforme dito anteriormente, a abrangência das funcionalidades dos celulares é tamanha que não há mais nenhuma facilidade moderna que não seja contemplada por eles. Através dos telefones é possível fazer compras, pagamentos, estudar, trabalhar, se divertir. As empresas de aplicativos e de telefonia procuraram cercar os usuários de tal forma que não estar conectado às essas tecnologias fomenta uma sensação de vazio, confusão, exclusão e desorientação, pois a população conectada já desaprendeu a viver sem elas. Evidentemente perniciosa para as relações sociais, a necessidade de se estar conectado em tempo integral afasta as pessoas de contatos tradicionais e empobrece sua interação. Sem se relacionar fisicamente, a sensação de ansiedade e desespero nas pessoas ao não portar um celular é potencializada, tendo em vista que é cada vez mais raro encontrar alguém que não esteja conectado. Conforme pesquisas do site ‘bemmaisseguro.com’, 89% das pessoas enxergam seus celulares como algo muito maior do que um simples telefone, corroborando a dependência do brasileiro a este aparelho. Portanto, os brasileiros precisam se esforçar para retomar contatos tradicionais, como conversar fisicamente, objetivando reduzir a sensação desagradável proporcionada pela nomofobia. Os locais de interação social, como bares e restaurantes, também podem colaborar para reduzir os danos causados pela nomofobia ao desestimular o uso dos telefones em suas dependências, fornecendo outras formas de lazer e contato, como jogos de tabuleiro e cartas, por exemplo. Outra prática que estimula o convívio social é efetuar compras e pagamentos diretamente nos locais, deixando o celular somente para os casos mais extremos e urgentes. Quando o brasileiro se recordar do prazer obtido em conversas e contatos humanos pessoais, provavelmente o uso do telefone irá se reduzir.