Título da redação:

Humanidade interativa

Tema de redação: Como enfrentar o dilema da nomofobia no Brasil

Redação enviada em 25/09/2017

Com um rápido desenvolvimento tecnológico, haja vista o período entre guerras e a Guerra fria, surgiu a necessidade de comunicar-se sem fios. Nesse contexto, em 1973, foi apresentado o primeiro telefone celular ao mundo. Desde então, diversas evoluções resultaram no produto imprescindível à sociedade brasileira do século XXI. No entanto, o apego excessivo aos smartphones configurou uma grave problemática, posto que a educação rudimentar, bem como a indústria capitalista são causas dessa interferência negativa na dinâmica social. Em primeira instância, fica nítido a ausência de uma educação adequada, no que tange o uso das tecnologias. Nesse espectro, a atenção centra-se nas telas de cinco polegadas em detrimento à comunicação física. Contudo, os contatos de primeiro plano, como a família e amigos, por exemplo, deveriam ser priorizados. Em verdade, segundo a pesquisa do grupo Expertise, em 2015, apenas 22% dos brasileiros preferiam conversar presencialmente. Outrossim, Martin Heidegger, filósofo alemão, afirmou que a tecnologia é capaz de mostrar outras humanidades. Por conseguinte, denota-se que ainda é preciso aprender a lidar com os smartphones de modo a desvendar uma humanidade interativa. Ademais, o vício é estimulado pelo sistema capitalista que visa o lucro. Sob esse viés, permeia uma cadeia de reações com a mídia, sobretudo, pois traz consigo a responsabilidade de influenciar o mercado. Em tal tocante, Karl Marx -sociólogo do século XIX- na teoria do “fetichismo da mercadoria”, ressaltou a subordinação humana aos produtos, uma vez que seria ludibriada ao ponto da dependência. Logo, infere-se uma analogia ao século presente, em que a mídia é responsável por estabelecer a necessidade de consumo através das propagandas. Sendo assim, livrar-se da nomofobia requer movimentar diversos âmbitos sociais. Então, faz-se impostergável, portanto, que o MEC, por intermédio da inserção do estudo da tecnologia na matriz curricular do ensino primário, ensine as crianças desde mais jovens a terem contato positivo com os smartphones, no intuito de formar adultos conscientes das más implicações do vício. Não somente, cabe a mídia a obrigação de atenuar o nível de dependência, por meio de propagandas e comerciais que demonstrem reflexões acerca da nomofobia, para que ajudem os brasileiros a identificarem um possível quadro clínico, assim como diminuirem a subordinação aos smartphones.