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Tema de redação: Como enfrentar o dilema da nomofobia no Brasil

Redação enviada em 13/09/2017

''O caminho digital é sem volta''. A máxima de Paulo Coelho é certeira ao expor as transformações em uma sociedade cada mais virtual. Portanto, novos tempos, novos costumes e necessidades, novas doenças. Assim, a nomofobia surge crescente e arrebatadora em um cenário de imediatismo e crise de atenção, no qual o medo da solidão e a busca por visibilidade agravam as consequências ao passo que dificultam seu enfrentamento. É preciso considerar, antes de tudo, o fomento atual ao consumo, crucial neste quadro. Essa cultura consumista estimulada pela inovação das empresas e consequente barateamento, baseadas na obsolescência programada, facilitam o acesso aos meios de interação, crescendo, assim, o número de aparelhos na sociedade. Aliado a esse cenário, a mentalidade da tecnologia diretamente associada à qualidade de vida, criam parte da dependência digital. O sucesso na venda de aparelhos como Apple Watch e Google Home - tecnologias ligadas e saúde e organização no cotidiano -, evidenciam, portanto, esse quadro. Além disso, o inerente medo da solidão e desejo por visibilidade, criam muitos dependentes desses dispositivos. O imediatismo da atual sociedade promove a ansiedade refletida nos aplicativos de mensagens e vídeos instantâneos, que com o grande alcance, aliviam, momentaneamente, o isolamento, ao passo em que satisfazem o exibicionismo do emissor. Porém, a efemeridade desses momentos criam vícios, ligando, permanentemente, os indivíduos aos eletrônicos. Prova disso é o aumento exponencial do número de influenciados nas redes sociais, consequência da maior conectividade geral. Fica claro, portanto, a crescente nomofobia em solo tupiniquim, característica de uma sociedade exibicionista e amedrontada em um mundo mais digital. Para reverter esse caso, cabe à Mídia e a Escola o ensino do consumo consciente e da reutilização por meio de eventos sociais gratuitos. Cabe, também, ao próprio indivíduo filtrar o que acessa, afim de evitar possível manipulação e dependência por falsas necessidades.