Título da redação:

Droga tecnológica

Tema de redação: Como enfrentar o dilema da nomofobia no Brasil

Redação enviada em 01/10/2017

Droga tecnológica A modernidade liquida, discutida pelo sociólogo Zygmunt Bauman, trata das mudanças rápidas, imprecisas e pouco emocionais em que a sociedade ultrapassa. O desenvolvimento do computador pessoal por Steve Jobs retrata essa realidade, na qual mudou toda a relação do homem com o meio, tornando-o cada vez mais dependente dos meios tecnológicos que – à princípio- tinham como objetivo facilitar o cotidiano das pessoas. Tamanha intimidade com os eletrônicos criou um vício, chamado de Nomofobia, que assola o mundo inteiro e, especialmente, o Brasil através da dependência das pessoas sobre seus smartphones e similares. É importante destacar que o vício dos brasileiros pelos celulares e a internet se traduz em grandes números pra empresas telefônicas e em fábricas de telemóveis. De acordo com a Agencia Nacional de Telecomunicações (ANATEL), o país tem mais aparelhos de celular do que habitantes, de acordo com dados coletados nas operadoras de celular. Essas, por sua vez, disseram que, pela primeira vez em anos, o número do tráfego de dados (internet) em 2016 superou o de voz (ligações). Tal panorama, por conseguinte, retrata o caráter da onipresença da tecnologia no cotidiano dos brasileiros, que muitas vezes, fazem uso de mais de um aparelho a fim não perder conexão. Isso se reflete no uso intenso de redes sociais e o peso de medidas como a (quebra) da conexão do Whatsapp, que afetou a vida de milhões de brasileiros. Entretanto, é válido ressaltar que a Nomofobia é mais que prejudicial a mente humana, ela envolve também a invasão de privacidade dos indivíduos. Isso ocorre, pois, o uso demasiado da internet facilita a coleta de dados pessoais quanto a preferências, gostos e de cunho privado por empresas como Apple, Google, Microsoft e o próprio Estado. Sendo assim, os internautas estariam sendo fiscalizados o tempo todo. Esse foi um dos motivos que envolveu a denúncia por Edward Snowden sobre espionagem dos Estados Unidos ao jornal The Guardian em 2013. Ou seja, o celular acaba por se tornar a droga do vício. Destarte, para que a Nomofobia deixe de ser um entrave no Brasil, faz-se necessário a ação da sociedade em promover o contato pessoal através de encontros nas empresas, em bares, shoppings e até em baladas a fim de ter o contato entre corpos de forma natural e espontânea. Outrossim, o Estado em conjunto com a população deve tornar o Marco Civil, promulgado em 2016, mais evidente a partir de campanhas na mídia virtual e televisiva, como uma maneira de fazer com que a privacidade pessoal seja protegida e garantida por leis, impedindo abusos de outras empresas. Por fim, desligar os smartphones e realizar tarefas e artes manuais é uma forma de contornar o vício e ocupar a mente nos momentos de lazer, melhorando assim a qualidade de vida de todos os usuários.