Título da redação:

A caverna na palma da mão

Tema de redação: Como enfrentar o dilema da nomofobia no Brasil

Redação enviada em 23/09/2017

É evidente que com o surgimento das cidades as pessoas perderam o contato social, antes estabelecido por moradores de pequenos vilarejos. No entanto, com o estabelecimento de tecnologias essa aproximação pode ser retomada em uma espécie de comunicação global em tempo dinâmico. Por conseguinte, essa euforia pelo convívio, possivelmente, pode exceder o equilíbrio e desencadear a nomofobia, angústia ocasionada pela incapacidade de acesso à comunicação por meio de celulares. Além disso, de acordo com o Platão em sua obra o Mito da Caverna, o homem pode libertar-se do mundo sensível, ou seja, aquele apenas informativo e mutável que não gera conhecimento e buscar a luz mediante o juízo de ideias. Por conseguinte, o celular se tornou uma identidade das pessoas, pois é uma tecnologia de fácil portabilidade e que apresenta um grande número de informações pessoais básicas, entretenimentos, contatos, textos escritos e materiais do trabalho. Dessa forma, a perda do aparelho causa mal-estar, visto que uma parte do cotidiano das pessoas está guardado neste. Outrossim, os adolescentes adictos por telefones precisam de tratamento psicológico, uma vez que biologicamente não possuem amadurecimento nem freio comportamental capaz de controlar o seu humor. Eventualmente, outras doenças preexistentes como depressão e fobia social ficam desapercebidas diante da compulsão pelos dispositivos. É válido destacar que o celular estabelece uma relação de causa e efeito, ou seja, se o adicto por tecnológicos não está bem, não busca um “ombro amigo” real a fim de aliviar suas tensões, ao contrário, ocorre a substituição do ser humano por uma máquina. Sendo assim, é estabelecida uma dependência afetiva frívola. Ademais, a nomofobia é notória quando o indivíduo negligencia suas atividades comuns a fim de permanecer conectado aos jogos e bate papos, que estimulam a liberação do hormônio dopamina, o qual inibe o autocontrole. Destarte, existem perdas no rendimento escolar, pois a atenção é desviada para a recreação e não para as atividades educativas. Em síntese, as empresas de aplicativos para celulares devem avisar aos usuários que os seus produtos podem estimular o vício e devem enviar torpedos avisando sobre o excesso de tempo exposto ao jogo. Ainda, é indicado que os pais demorem mais tempo para presentear os filhos com dispositivos. Igualmente, os familiares devem buscar tratamento com profissional especializado capaz de identificar a causa primária pelo vício e trabalhar as questões conflituosas preexistentes. Finalmente, é inegável a contribuição do telefone a fim de aproximar as pessoas, mas ele não deve sobrepor a capacidade de reflexão e nem ocultar problemas de saúde.