Álcool e tabaco são alguns dos entorpecentes que vem sendo produzidos em larga escala desde a Idade Antiga e consumidos com a mesma velocidade, por pessoas das mais variadas faixas etárias. Nessa continuidade, é indubitável que o volumoso consumo de drogas lícitas por adolescentes, no Brasil, representa um desafio a ser enfrentado de forma organizada e urgente pela contemporaneidade. Nesse sentido, convém analisar as principais causas, consequências e possíveis soluções para esse impasse. Primordialmente, é controvertível que a questão legislativa e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na coletividade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, o uso indiscriminado de entorpecentes lícitos pela juventude rompe com essa harmonia, haja visto que essa ação pode promover sérios danos à saúde dos indivíduos, conforme adverte o Ministério da Saúde, diminuindo a densidade populacional, essa que por sua vez poderia se transformar em trabalhadores contribuintes no cenário político e econômico do país. Outrossim, destaca-se a carência de sociabilização como decorrência da problemática. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira de pensar e agir dotada de exterioridade, coercitividade e generalidade. Nessa perspectiva, muitos dopados, por sofrerem alterações em seus organismos, acabam perdendo o controle e praticando ações que no estado saudável não fariam, obrigando-os a não se relacionarem com os demais indivíduos. Dessa forma, muitos acabam não encontrando oportunidades de emprego, abandonando os estudos, não formando vínculos de amizades, dentre outras consequências pejorativas. Dessa maneira, essa conjuntura acaba gerando uma divergência entre o pensamento do filósofo e as interações sociais contemporâneas. Desse modo, é notório que o aumento da ingestão de drogas lícitas pela juventude necessita de soluções. Portanto, cabe ao Ministério da Educação, juntamente com a da Cultura, por meio da promoção de palestras e projetos – coordenados por instituições públicas ou privadas – em escolas e demais locais de acesso ao público, instigar nos adolescentes um pensamento contrário aos alucinógenos, objetivando a diminuição do consumo deles e uma melhor aplicação dos dispositivos legislativos. Concerne às famílias, mediante uma educação dialética, formar jovens que contribuam com a inserção daqueles que já se encontrem dependentes das drogas à sociedade, ajudando-os a saírem dessa condição, buscando a formação de uma comunidade igualitária e fraterna. Assim, será possível a construção de uma nação que não consuma exageradamente as drogas lícitas, de modo que se desenhe um futuro melhor.