Conforme estatísticas recentes, o consumo de drogas lícitas vem aumentando entre os jovens – especialmente, o consumo de álcool. Apesar de o Brasil proibir o consumo de bebidas alcóolicas por jovens menores de dezoito anos, grande parte deles consegue obter acesso a elas. Um percentual dos jovens que hoje tem acesso às bebidas, amanhã será dependente delas. O alcoolismo trará prejuízos à saúde dos jovens e perdas materiais à sociedade e ao país. Devido às próprias características da faixa etária, o jovem, em geral, é muito influenciado pelo grupo e possui uma grande necessidade de afirmação diante dos demais. Além disso, está buscando desenvolver sua identidade própria. Assim, a influência dos outros adolescentes é muito forte – para o bem e para o mal, isto é, para a aquisição de hábitos saudáveis ou destrutivos. Dessa forma, um jovem cercado de amigos que estudam, praticam esportes e são constantemente alvo de conversas e orientações por parte dos pais, dificilmente se deixará envolver pelos apelos publicitários ou de outras pessoas em relação ao consumo de álcool, cigarros e remédios nocivos. Por outro lado, um adolescente oriundo de uma família que o estimula a beber ou que é desestruturada apresenta maior chance de ser influenciado pelo grupo de outros adolescentes do qual ele faz parte. Nessa situação, imitar a atitude do grupo é buscar ser aceito por ele. E se a atitude do grupo é consumir bebidas alcoólicas e fumar, é bastante provável que um jovem com tendências ao vício se torne alcoólatra ou fumante inveterado. Diante desse quadro, torna-se necessária a intervenção do Estado. É preciso que o Ministério da Saúde promova campanhas de prevenção ao consumo de drogas lícitas nessa faixa etária, especialmente, o álcool. A campanha seria amplamente veiculada em escolas de ensino médio e universidades. Suas peças publicitárias poderiam ser veiculadas na televisão, revistas e cartazes e envolveriam a participação e depoimentos de outros jovens – viciados ou não. Consequentemente, muitos jovens perceberiam que o ato de consumir bebida alcoólica é uma escolha e não uma imposição do grupo de amigos. É importante que o Estado brasileiro seja proativo e foque grande parte de suas intervenções em campanhas educativas e preventivas, além de alterar a legislação de modo a punir com severamente estabelecimentos e pessoas que vendem drogas lícitas. Do contrário, sofrerá perdas de recursos humanos em idade produtiva, e ainda dispenderá mais recursos financeiros em tratamentos para doenças decorrentes do consumo dessas drogas. Os próprios jovens arruínam seu futuro – saúde, trabalho, estudos – devido à adoção de hábitos nocivos que jamais lhe trarão benefício algum. Contudo, esse prejuízo, generalizado e desnecessário, pode ser evitado.