Segundo Émile Durkheim, sociólogo francês, as instituições sociais são mecanismos de organização da sociedade, em que a família e a mídia são parte dessas e possuem importância fulcral na proteção dos adolescentes e na transmissão de valores. Não obstante, a assistência por esses institutos no que concerne ao combate do consumo de drogas lícitas por adolescentes é um desafio a ser enfrentado no Brasil. Isso se evidencia não só pelo desamparo familiar na elucidação desses jovens, mas também pela negligência da mídia em expô-los a contextos de apologia a essas drogas. No que se refere ao papel da família, esclarecer os adolescentes acerca dos prejuízos do consumo de drogas lícitas é fundamental para suprimir tal prática. Segundo estudos publicados pelo jornal Folha de S.Paulo, 27% das pessoas entre 10 a 17 anos já experimentaram algum tipo de droga. Com o fito de relaxarem ou por curiosidade, indivíduos de baixa faixa etária fazem uso dessas substâncias e são expostos a situações de risco, como problemas de saúde, acidentes, entre outros, devido à falta de discernimento. Nesse contexto, é inadmissível que a família não promova o debate com esses adolescentes para alertar sobre os perigos da ingestão precoce de drogas lícitas. Além disso, a mídia expõe de forma inadequada cenas de consumo de drogas lícitas, que afeta os adolescentes, que não têm senso crítico adequado diante de tais exibições. Segundo Goffmann, sociólogo canadense do século XX, indivíduos com atributos diferentes passam a serem considerados como estranhos e diminuídos. O pensamento do autor permite a reflexão sobre a utilização pela mídia da prática de consumir drogas lícitas para pertencerem a um grupo faz com que os adolescentes sejam persuadidos a consumirem essas substâncias para não se sentirem estigmatizados. Dessa forma, é intolerável que a mídia exiba uma conduta que traga demasiados malefícios sociais. Fica claro, portanto, que o aumento do consumo de drogas lícitas por adolescentes é um problema a ser debatido de forma mais organizada pela sociedade. Em vista disso, para que os efeitos da ideia do pensador Goffmann sejam mitigados, o governo federal deve destinar verbas públicas para promover programas de conscientização familiar sobre o cuidado com os jovens, por meio de palestras e encontros presenciais, com profissionais qualificados. Espera-se, com isso, diminuir a ingestão precoce de drogas lícitas.