Título da redação:

Lamarck já dizia

Tema de redação: Como enfrentar o aumento do consumo de drogas lícitas por adolescentes

Redação enviada em 26/06/2018

Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade dos adolescentes brasileiros já experimentou bebidas alcoólicas, seja em festas ou por influência dos amigos. Nesse contexto, é evidente a ascendência do consumo de drogas lícitas pela parcela jovem no cenário hodierno. Desse modo, convém analisar os fatores que motivam a problemática, bem como os efeitos precípuos dela na vida dos adolescentes. Cabe pontuar, em um primeiro plano, a instauração de fatos sociais no ideário juvenil. Conforme o sociólogo Émile Durkheim, o fato social é tudo aquilo que é coercitivo, geral e externo ao indivíduo. Sob esse ângulo, percebe-se que, apesar de a venda de produtos alcoólicos ser proibida para menores de idade, instaurou-se no meio inter juvenil a necessidade do consumo de bebida alcoólica, uma vez que essa é responsável por deixar o jovem mais confiante nas relações intrapessoais. Dessa forma, aquele que não consome álcool é estigmatizado de “fraco”, o que corrobora a existência de fatos sociais. Além disso, a falta de atenção dos pais, no que tange ao comportamento dos filhos, contribui para o aumento do consumo precoce de álcool. Diante disso, torna-se evidente a influência do meio em que os jovens estão inseridos. Vale ressaltar ainda, os malefícios advindos do consumo precoce de bebidas alcoólicas. Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou que a morte devido ao excesso de álcool no organismo chega a 4% do total de mortes no país. Soma-se a isso o risco de gravidez precoce, haja vista os riscos ocasionados pelo uso excessivo de álcool. Além disso, mediante o que foi afirmado por Isaac Newton, de que um corpo tende a permanecer em seu estado até que uma força atue sobre ele, é indubitável as maiores chances que esses jovens possuem de tornarem-se dependentes do álcool no futuro, caso nada seja feito. Infere-se, portanto, que o meio é determinante para o contato dos jovens com o álcool, sendo esse, por sua vez, fator de dependência entre os adolescentes. Nessa perspectiva, é essencial que as instituições escolares, em parceria com as famílias dos discentes, atuem na promoção de projetos que despertem uma reflexão acerca dos riscos provenientes do consumo de algumas drogas lícitas, sobretudo o álcool. Isso pode ser feito por meio de palestras ministradas por profissionais da saúde, com o fito de evitar o consumo precoce de álcool pela parcela juvenil. Ademais, é mister que o Ministério do Trabalho opere na maior fiscalização das distribuidoras de álcool, a fim de garantir a proibição da venda de álcool para menores de idade. Só assim, com a aplicação de mecanismos exitosos, reduzir-se-á a influência do meio e a negligência dos pais no consumo de drogas lícitas pelos adolescentes.