Desde o iluminismo, compreende-se que o progresso só é alcançado, quando há mobilização coletiva de uma sociedade, em função de um problema. Todavia, no tocante ao aumento do consumo de drogas lícitas por adolescentes, constata-se no Brasil, a falibilidade deste valor filosófico. Porquanto tal temática está entrelaçada a realidade do país, por intermédio da negligência de alguns ícones midiáticos, os quais influenciam a moda, em consonância com a facilidade de acesso a tais substâncias. Dotados deste entendimento, convém averiguarmos as principais consequências de tal postura negligente para o corpo social. Sabe-se que a Constituição cidadã de 1988, assegura o direito a liberdade de expressão; não obstante, existem artistas que estimulam, pelos veículos comunicativos, os jovens a realizarem o uso de bebidas alcóolicas, fumos e medicamentos, prática que (a curto ou longo prazo), pode comprometer a qualidade de vida não só do indivíduo consumidor, mas também de todo o restante da sociedade. Conforme Thomas Hobbes na obra “O Leviatã”, a autoridade política possui a incumbência de estabelecer a paz civil, contudo, no Brasil, hodiernamente, tal preceito encontra-se deturpado, haja vista que o Poder Executivo permite a manifestação de obras artísticas que induzem o uso de drogas lícitas e ilícitas, resultando em casos de violência urbana. Outrossim, o fácil acesso da juventude aos entorpecentes integra a problemática do assunto. Tal empecilho decorre, atualmente, da irresponsabilidade daqueles que providenciam substâncias entorpecedoras a adolescentes, viabilizando o desenvolvimento de vícios físicos e psíquicos. De acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada no Rio de Janeiro, referente a 2015, mais da metade dos jovens da faixa etária entre 13 e 15 anos, já experimentaram bebidas alcóolicas por meio de festas, amizades, comércios e família, realçando a leviandade dos adultos em relação aos malefícios da ingestão do álcool. É notório, portanto, que no Brasil ainda há carência de conscientização pública que vise a elucidação deste revés. Destarte, o Ministério da Cultura (MINC) deve cessar o apoio financeiro a artistas que façam apologia ao uso de drogas lícitas. Por outro lado, os ministérios da educação e saúde (MEC e MS), devem implementar, nas instituições de ensino, conferências ministradas por palestrantes aptos a discutirem o combate ao aumento do uso de drogas lícitas por adolescentes, além de proporcionarem apoio clínico nas unidades escolares, a fim de que a sociedade alcance a melhoria da saúde dos jovens.