'É na adolescência que se estabelece hábitos que serão levados pela vida adulta''. A frase do gerente de estatísticas de saúde Marco Andreazzi, deixa nítido a relação que cuidado que um nação deve ter com questões referentes aos jovens. A partir dessa perspectiva, o aumento do consumo de drogas lícitas por adolescentes no Brazil configura-se como uma problemática que transcende a zona individualista afetando todo o corpo social. Percebe-se então a necessidade de trabalhar esse problema e seus efeitos. Em primeira análise, vale pontuar os motivos pelos quais o uso dessas substâncias vêm aumentando significadamente no país. Dentre eles, o principal é a falta de informação e o fácil acesso, pois, segundo dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Saúde, a maioria dos jovens de 13 a 15 anos alega ter acesso á bebidas alcoólicas por meio de festa, intermédio de amigos ou até mesmo por membros familiares. Esses mesmos jovens ainda afirmam desconhecer os prejuízos que essa atitude reflete sobre sua saúde. Posto isto, o lapso educacional é um fator agravante para a manutenção desse transtorno. É perceptível que não cabe somente as escolas conscientizar sobre os malefícios dessas práticas, é preciso um envolvimento conjunto dos pais, mídias, instituições escolares para reverter essa situação. Tal assertiva esta em conformidade com a teoria organiscista proposta pelo sociólogo Emille Durkeim, na qual a sociedade pode ser comparada a um ''corpo biológico'' por ser assim como esse composta por partes que interagem entre si visando o seu funcionamento coeso. Em segunda análise, vale frisar que o consumo dessas substâncias esta intimamente ligado a mortalidade nessa faixa etária, visto que, o uso dessas práticas, em destaque o álcool, alteram todo o funcionamento físico e psico do corpo podendo ocasionar sequelas neuroquímicas, acidentes de trânsito, cirrose hepática ou até mesmo suicídios. Nesse cenário, a proibição do consumo é ineficaz, haja vista que as bebidas alcoólicas são proibidas para menores, no entanto, são altamente utilizadas. É preciso tratar esse problema de maneira análoga as campanhas anti-tabagismo propostas pelo Ministério da Saúde, pois, devido ao aumento das tribulações, restrições de comércio, e campanhas eficientes amplamente difundidas pelas mídias, o Brasil conseguiu ser o país com a maior redução do uso de cigarros da América Latina. Segundo Maquiavel, não há nada mais difícil que tomar a frente na introdução de uma mudança, contudo, elas são indispensáveis. Sendo assim as instituições de ensino em parceria com os pais devem criar um ambiente favorável a discussão dessas questões, através de debates, conversas ou palestras com o intuito de gerar um ambiente acolhedor para o jovem. Além disso, maior fiscalização do Estado sobre a comercialização dessa substâncias é caráter fundamental. As mídias, por sua vez, podem divulgar campanhas de conscientização buscando expor os prejuízos do uso de drogas lícitas. Afinal como afirmava Platão, o importante não é apenas viver mas viver bem.