De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), o percentual de jovens entre 13 e 15 anos que já consumiu bebida alcoólica subiu de 50,3%, em 2012, para 55,5% em 2015. Essa questão está inserida no contexto do consumo de drogas lícitas pelos jovens, que tem crescido nos últimos anos e cujas principais motivações nascem da necessidade de inclusão ou de uma válvula de escape. Segundo Durkheim, sociólogo francês, fatos sociais são maneiras de agir, pensar e sentir externas, gerais e coercitivas aos indivíduos. Sob tal ótica, percebe-se que na adolescência atitudes como o consumo de drogas lícitas pode ser encarada como fato social em determinados grupos, haja vista que, buscando aceitação do coletivo, o jovem vê-se forçado a adotar certas práticas. Desse modo, ele adquire, em uma fase de construção de caráter, hábitos que não raro levará pela vida inteira. Outrossim, é frequente que os jovens descontem carências emocionais e outros distúrbios em vícios, inclusive nas drogas, sejam elas líticas ou ilícitas. Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, o ansiolítico Clonazepam – mais conhecido como Rivotril – é o medicamento controlado mais vendido no Brasil. Nesse sentido, é possível perceber que potentes fármacos são utilizados para suprimir aborrecimentos diários. Assim, doenças crônicas são desenvolvidas pelos jovens à vista de hábitos nada saudáveis, o que compromete uma vida inteira. Depreende-se, portanto, que por aceitação e para compensar sobrecarga emocional, os jovens tendem a buscar drogas ilícitas. Destarte, cabe ao Ministério da Educação a programação de palestras nas escolas para alunos do 5º ano em diante acerca do consumo de drogas lícitas e seus danos, contando com profissionais da saúde que programem visitas a centros de reabilitação como o Alcoólicos Anônimos e associações de auxílio a vítimas do tabagismo. Com isso, os jovens poderão conhecer os reais efeitos das drogas e serão capazes de trilhar um caminho consciente.