O filósofo grego Platão, considerado o filósofo político do mundo ideal, via na justiça a substância fundamental para a vida em sociedade. Em sua obra "A República", em um dos seus diálogos, Platão descreve uma pólis justa como sendo aquela que possibilita o bem-estar comum aos cidadãos. Nesse contexto, a problemática sobre a liberação do porte de armas no Brasil vêm gerando debates acerca do desenvolvimento de um país mais justo. Sabe-se que , no Brasil, a posse de armas de fogo é legal, em circunstâncias específicas, conforme a lei. Todavia, a questão sobre a liberação do porte de armas causa divergentes opiniões, pois dá liberdade de ir e vir ao cidadão armado. Sendo assim, há quem veja tal liberação como garantia de uma maior segurança às pessoas de bem, já para a oposição essa seria o fator que tenderia a ampliar a violência no país. De fato, legalizar o porte de armas de fogo a curto prazo não é uma opção viável para melhorar a segurança do país, pois aumentaria o fluxo de armas em circulação e consequentemente, intensificaria os índices de homicídios, assaltos a mão armada, mortes por disparo de balas perdidas, mas também o número de casos de suicídio, já que o acesso ao armamento seria maior e mais fácil. Entretanto, o porte de armas pela sociedade civil não pode ser totalmente descartada, visto que é fundamental para garantir a segurança nacional e dos que vivem em situações de risco diárias como policiais e delegados. Nota-se que, o porte de armas tem uma parcela grandiosa para manter uma sociedade mais segura e justa. Constata-se, diante do exposto, que a legalização do porte de armas no Brasil seria viável caso ocorresse de forma gradativa. Em primeiro lugar, é imperativo que o Ministério da Educação (MEC) estimule nas escolas a criação de palestras ministradas por psicólogos e pedagogos , direcionadas a pais e alunos, abordando a problemática do porte de armas e a importância de uma educação de qualidade na redução das elevadas taxas de marginalização no país. Além disso, compete a mídia criar campanhas alertando sobre o uso imprudente de armas e suas trágicas consequências, como o aumento do número de crimes e mortes. Por fim, é necessário que cada cidadão busque internamente desenvolver sua própria moral crítica, como por exemplo, tendo o princípio de agir de tal maneira que a máxima de sua ação, possa se transformar em uma "lei", a fim de que a introdução paulatina do porte de armas na sociedade brasileira permita que o bem-estar comum se estabeleça a todos os cidadãos , gerando assim, uma sociedade mais justa, pois como disse o filósofo grego Platão, "Só conhece a justiça aquele que é justo".