Em outubro de 2017, um adolescente em Goiás roubou a arma da mãe e atirou contra colegas na escola. Nessa perspectiva, esse caso mostra que a facilidade do acesso abre outros perigos e os pode tornar mais comuns. Assim, a sociedade brasileira não está pronta para a legalização do porte de armas, uma vez que mais armas em circulação podem levar ao furto delas, simplificando para os bandidos. Além disso, aumentaria o número de mortes por razões banais, por isso, é importante que a população se conscientize e impeça a liberação do porte. Segundo uma pesquisa do Ministério Público de São Paulo e do Instituto Sou da Paz, quatro em cada dez armas usadas para conter crimes tinham um registro. Diante disso, percebe-se que uma parte substancial foi comprada legalmente e caíram nas mãos dos criminosos, logo, se fosse aumentada a circulação delas, haveria uma maior probabilidade de chegarem até as pessoas erradas. Portanto, mesmo que durante o assalto, o indivíduo tenha uma arma para se proteger, o ladrão tem o elemento surpresa ao seu favor, o que daria tempo suficiente para ele tomar o controle da situação antes que a vítima alcançasse a arma dela. Com o debate sobre a legalização, surge o mito que o cidadão armado provê maior segurança à sua família. No entanto, conforme uma pesquisa da Universidade de Harvard, cerca de 64% dos estudiosos em criminologia entrevistados afirmaram que a arma dentro de casa torna o lugar mais perigoso do que seguro. Isso ocorre já que brigas familiares, que poderiam ser resolvidas com o tempo e a calma, têm mais chances de apresentar um desfecho trágico, pois há o estímulo de descontar a raiva com aquele dispositivo letal. Ademais de colaborar para um aumento no número de suicídios pelo mesmo motivo de possuir um objeto que pode levar ao fim do sofrimento do indivíduo. Para evitar, pois, que mais casos como o de Goiás voltem a se repetir, é fundamental que sejam tomadas certas medidas. Dessa forma, o Ministério da Segurança Pública deve investir na fiscalização e controle do porte de armas por meio de exames anuais que certifiquem se a pessoa ainda está apta para a posse. Além de investigar os furtos delas para resgatar aquelas que foram para o tráfico, mas possuem um registro legal.