É utópico afirmar que o número de armas de um país pode determinar o seu índice de violência, a saber que o principal fator de influência na criminalidade é a cultura da nação. Por isso, a liberação do porte de arma enfrenta desafios no Brasil, já que existem rumores sobre a capacidade psicológica do brasileiros lidarem com a armação. É notório que o Japão - país mais seguro do mundo- representa também a maior quantidade mundial de armas em território nacional. Com isso, depreende-se que a população japonesa utiliza o porte de arma para contribuir com a segurança da nação. Por outro lado, em Honduras, um país com menos de um terço das armas japonesas, é o mais violento do mundo. Isto é, a liberação do porte de arma apresenta resultados particulares para cada povo. Para o historiador Sérgio Buarque de Holanda, "O brasileiro seria, então, uma criatura que age mais movida pelos impulsos do coração, do que pela razão." Nesse contexto, o perfil psicológico nacional é preocupante, haja vista que, de acordo com o G1, cerca de 80% dos homicídios no estado de São Paulo são gerados pela impulsividade dos agressores e das vítimas. Ou seja, a inconsequência é um dos principais fatores que precisam ser superados pela população do Brasil pois acidentes com arma de fogo são irreversíveis. Ademais, o contrabando de armas nas fronteiras com o Paraguai e com a Bolívia é desenfreado, por conseguinte, a liberação do porte de arma reduziria esse tráfico. No entanto, o Brasil possui poucos centros de formação e orientação para o uso correto de armas de fogo, os quais seriam essenciais para estabelecer a plena segurança dos cidadãos. Infere-se, portanto, para superar tais desafios, cabe ao Governo Federal exigir requisitos e exames para a solicitação do porte como, por exemplo, exames de visão e psíquicos, a saber que é de suma importância o equilíbrio psicológico do futuro portador, caso contrário, acidentes serão gerados pela impulsividade dos brasileiros. Vale ressaltar que esses exames devem ser repetidos a cada três anos para reabilitar o porte. Logo, para que isso seja efetivo, é imprescindível que o Governo Federal também habilite um órgão específico para realizar a inspeção das licenças, a fim de que o sistema não seja burlado. Somente assim, será possível o uso seguro de armas de fogo pelos civis.