Desde a Idade Antiga, a sociedade é desafiada pelo problema que envolve a liberação do uso de armas no Brasil. Nos dias atuais, apesar dos avanços implementados pelo Governo, tais como a Lei do desarmamento e o controle fiscal nas fronteiras, o desafio, devido à negligência e compactuação da sociedade e à falta de atitude do Governo, urge por soluções imediatas. Em uma primeira análise, sob a ótica sociológica, a persistência da problemática no Brasil é intrinsecamente fomentada pela negligência e a compactuação da sociedade que se omite, em muitas ocasiões, e não denuncia os fatos às autoridades. Nesse sentido, em estudo divulgado pela revista Veja, foi divulgado que a busca por armas, devido à sensação de insegurança, constrói-se historicamente na formação social do Brasil como traço revelador do passado cultural nacional. Dessa forma, a sociedade torna-se a principal vitima de suas próprias contradições, omissões e condutas. Ademais, em um segundo plano, a falta de atitude do Governo possui estreita relação com a sensação de insegurança da população. Esse processo decorre da necessidade que o povo sente de ser protegido por seus governantes. Nesse contexto, o filósofo Platão afirma que " não basta viver, mas, sim, viver bem". Dessa maneira, a imprescindibilidade de superação dessa ausência de fiscalização estatal configura-se como um importante desafio da pós-modernidade. A negligência da sociedade, em paralelo à falta de atitude do Governo, portanto, são condições diretas para que o grave caso de armas ilegais circulando livremente ocorra no Brasil. Para que haja a imprescindível superação desse panorama, faz-se necessário que o Governo, por meio dos órgãos de segurança, implemente uma maior fiscalização e controle da circulação de armas de fogo no país. Nesse aspecto, deve intensificar as ações de vigilância da polícia federal e das forças armadas nas fronteiras e interligar as repartições de inteligência das polícias estaduais com os agentes representantes da federação, a fim de permitir uma maior integração e realização de ações conjuntas no combate ao tráfico de armas. Além disso, a mídia deve realizar um trabalho de divulgação da importância da participação da população que deve contribuir realizando denúncias por meio dos canais oficiais. Dessa forma, a construção de uma sociedade em que a paz seja um valor substancial será uma realidade empírica, não um ideal ou utopia.