Título da redação:

Paz armada não é paz

Tema de redação: Como driblar os desafios da liberação do porte de arma

Redação enviada em 08/01/2018

O Estatuto do Desarmamento foi criado em 2003 com o objetivo de diminuir as mortes por arma de fogo no país, cujas taxas assemelhavam-se aos números de mortes em situações de guerra. No entanto, atualmente, grupos contra o desarmamento civil possuem representantes nas esferas legislativas e judiciárias, iniciando discussões sobre a legitimidade do porte de arma pelo cidadão. A reivindicação de tais grupos é alimentada por falhas na segurança pública do país, que torna a população vulnerável à ações criminosas sem o direito de legítima defesa. De fato, a atuação de grupos criminosos no país não é baixa e as armas de fogo são acessíveis a eles. Entretanto, armar a população não é a solução eficaz, principalmente em contexto brasileiro, no qual as diversas formas de violência estão inseridas na realidade social, como a violência doméstica e o suicídio. Além disso, situações recentes mostram conseqüências severas da posse irresponsável de arma, como o aluno que, utilizando a arma da mãe, matou dois colegas de classe no colégio Goyases, em Goiânia. De certo, a afirmação “Paz armada não é paz” do cantor Marcelo Yuka traz um conceito importante para a discussão em questão. O ato de armar a população não resolve a situação da violência no país e muito menos a ineficiência do Estado ao cumprir seus deveres do pacto social que, atualmente, está representado na Constituição Federal. São necessárias, portanto, ações do Estado que permitam recuperar o controle da situação da segurança pública no país. Assim, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Polícia Federal, deve buscar investimentos para a realização de ações nos focos de violência, combatendo o tráfico de armas por meio da ampliação e capacitação dos policiais presentes. Deste modo, a diminuição da quantidade de armas em ações criminosas pode elevar a confiança da população na segurança nacional, além de ser precursora de ações contra o crime no Brasil.