No Brasil, recentemente, há uma discussão frequente entre seus cidadãos sobre o a liberação do porte de armas no país. Uma parte dos brasileiros se sentem revoltados com a violência que os circunda, defendendo a revogação do estatuto do desarmamento, pois acredita que desta forma se sentirão mais seguros; enquanto aqueles que apoiam o controle armamentista usarem como argumento o possível aumento de homicídios no país com essa medida. Mas uma coisa é certa: todos estão preocupados com a violência no Brasil. Isso é consequência de que, apesar da taxa de criminalidade ter se mantido constante e a de número de homicídios tenha caído após a política de controle de armas em 2004, a quantidade de programas que divulgam frequentemente notícias em relação a crimes hediondos que, apesar de haver um número preocupante de crimes cometidos, passa uma impressão exagerada da realidade brasileira, o que faz a população crer que vivemos em uma situação insustentável de violência, além de total descrença em relação à segurança pública. Além disso, com o surgimento de facções criminosas, e o seu controle sobre os presídios e comunidades carentes, percebe-se que, apesar do controle armamentista, essas facções ainda a possuem de forma ilegal. Aqueles que defendem a revogação do estatuto do desarmamento reforçam a ideia de que o único modo possível de se obter segurança é na possibilidade do indivíduo poder portar uma arma de fogo. Porém, a posse da mesma não garante essa segurança, uma vez que a polícia no país, mesmo armada, é a que mais morre no mundo. Isso porque a criminalidade no Brasil não tem consequências diretas na questão armamentista, mas na precariedade das condições de vida de muitas pessoas no país. Uma vez que o crime mais frequente é o tráfico de drogas, é possível concluirmos que muitos daqueles de baixa renda e baixa escolaridade, muitas vezes de comunidades carentes ou presídios, são usados por facções criminosas, com a proposta de melhora nas condições de vida. Dessa forma, enquanto o olhar das facções criminosas para a situação das comunidades carentes forem maiores que o do estado, o controle ou não de armas de fogo influenciará pouco na questão da violência no país. O governo deve oferecer melhores condições de vida para que aqueles que veem na criminalidade a sua única oportunidade de ascensão. Além disso, oferecerem melhores condições de trabalho e maior preparo para os policiais que lidam com a criminalidade diariamente, reforçando a segurança pública nacional, é uma melhor alternativa que a revogação do estatuto do desarmamento.