O debate sobre o porte de armas relacionado a violência, atualmente, apresenta-se infrutífero, pois nesse jogo de estatísticas, das mais divergentes, cada ente escolhe acreditar em um lado. Evidentemente, na sociedade, quando à objeto de estudos da sociologia, é impossível realizar um estudo concreto e controlado sobre violência devida às inúmera variáveis existentes. Sendo assim, o maior desafio é trazer à luz que a questão armamentista é menos sobre violência que políticas públicas e tráfico. Naturalmente, o confrontamento de idéias é comum, saudável e evolutivo, deste surgiu a Filosofia, entretanto hoje percebe-se que tomam-se posições antes da observação dos fatos. Dessa forma, "vence" o debate quem coleciona mais dados que sustentem sua tese. Seguindo nessa perspectiva, tomando um passo atrás e utilizando da metologia de Weber, a qual diz que deve-se estar ciente dos próprios valores para maximizar a objetividade, a quantidade de armas em um população não aparenta ser um variável importante na violência urbana. Paralelamente a essa disputa de dados, as facções criminosas usufruem das armas para aquecer um mercado clandestino muito lucrativo. Por exemplo, como revelou uma reportagem do Fantástico, um fuzil que custa dois mil reais, em vias legais, custa cinquenta no mercado clandestino. Além disso, a proibição das armas impossibilita formulações de políticas públicas que possam controlar a venda, circulação e, ainda, taxar impostos, visto que essas trafegam por vias clandestinas, fenômeno semelhante ao das drogas ilícitas. Portanto, para que se cheguem à um consenso sobre o estatuto do desarmamento via debate, é necessário uma reciclagem deste. Logo, estimular o pensamento racional e auto-crítico nas instituições de ensino, via filosofia e sociologia, faz-se eficaz como medida de longo prazo. Dessa maneira, as gerações seguintes saberão aceitar novas opiniões e, mais importante, deixar para trás convicções imprecisas para trás.