É consenso que a liberação do porte de armas traz não só divergências de opiniões, como também desafios à serem superados. Dentre vários fatores relevantes, destacam-se: uma possível evolução da segurança pessoal, em detrimento da segurança pública. Além disso, cabem aos legisladores um debate: será que a população brasileira possui responsabilidade ética suficiente, para o livre acesso a armas de fogo? A liberação do porte de arma, é um passo em favor do exercício constitucional da defesa pessoal, haja vista que os civis adquiridores deste equipamento, ampliarão suas chances de conservar sua integridade física e patrimonial, em situações passivas de danos irreversíveis, tais como: assaltos, sequestros, atentados, tentativas de homicídio, dentre outras... Contudo, a efetivação do direito a compra de armamentos, deve ser acompanhado de um aprimoramento da segurança pública, uma vez que podem surgir pessoas com o anseio de operarem justiça por conta própria, fator hipotético que desencadearia o caos generalizado. Além disso, o revólver, a pistola e o fuzil possuem o potencial, não só de salvar vidas inocentes, como também de matá-las. Logo, o porte de arma requereria uma notável maturidade social por parte dos brasileiros, a qual a sociedade contemporânea não usurpa, tendo em vista as estatísticas exorbitantes acerca de delitos passionais, intolerantes e raciais. Em virtude do que foi mencionado, pode-se afirmar que a liberação do porte de arma aumentaria a proteção pessoal, mas também colocaria em cheque a proteção coletiva; conjectura de uma atmosfera social que deveria ser debatida. Portanto, pesquisas, análises e estudos sobre países com situação econômica e política semelhantes ao Brasil, deveriam ser efetuadas, para uma avaliação em consonância com o pesar dos benefícios e malefícios da liberação do porte de arma.