Desde os primórdios da história, o homem luta por numerosos objetivos. Todos eles, no entanto, poderiam ser resumidos em apenas um: a felicidade. Frenética e incessante: a busca por tal sentimento pode ser adjetivada dessa maneira. A tentativa de entender objetivos humanamente alcançáveis - como o amor e a felicidade - foram os pontos de partida para o apogeu da filosofia, ainda na Grécia Antiga. Alguns pensadores dedicaram-se intensamente, a fim de entender os ideais mais cobiçados pelo ser humano. É possível, entretanto, encontrar a plena felicidade em todo e qualquer sentimento de alegria que o dia-a-dia nos oferece? Criador da teoria dos fatos e anomias sociais, o sociólogo Émile Durkheim afirmava, no século XIX, que existe uma solidariedade orgânica. Isso significa, pois, que os indivíduos da nossa sociedade são interdependentes, e isso nos torna o isolamento insustentável. Na contemporaneidade, entretanto, acabamos por ignorar as relações humanas e a busca pelo bem comum em detrimento da incessante luta pelo poder monetário. O trabalho, o trânsito e o consumo desenfreado acabam por ofuscar a importância da amizade, da solidariedade e da paz. Objetivos esses que são primordiais em nossa existência e urgentes em nosso convívio diário. O desespero pelo crescimento econômico contribuiu, por exemplo, para o aparecimento de regimes totalitários e extremistas, como o nazismo e o fascismo, no século XX. É perceptível, nesse contexto, o apreço humano pela felicidade instantânea, proporcionada pelos bens concretos. Há um determinado momento em nossas vidas, no entanto, que nos sentimos materialmente satisfeitos; mas, internamente, vazios e incompletos. Assim, renova-se o ciclo: trabalho-dinheiro-consumo. E a felicidade, ainda assim, não é encontrada, visto que os valores mais preciosos ao ser humano não se encontram nas prateleiras. Dessa forma, uma vida com muitos objetivos alcançados e momentos felizes não depende tanto daquilo que é concreto, mas sim, do bem-estar espiritual, mental e pessoal. Os amigos, a família, a paz em nossas vidas e em nossa sociedade são as alavancas que nos levarão à felicidade. Assim, é necessário uma clara e justa definição dos nossos objetivos primordiais. Deve-se, também, considerar sempre que os mais nobres objetivos pelos quais devemos procurar estão nos aspectos mais simples da vida.