O contraste visto em inúmeras cidades, constituídas em seus centros urbanos por gigantescos edifícios e, concomitantemente, delimitadas por favelas e comunidades carentes, espelham uma triste realidade da hierarquia das classes sociais. Nesse sentido, nota-se o grande dilema que afeta o mundo globalizado, em um contexto cujo poder econômico do indivíduo define seu “lugar” na sociedade, excluindo aqueles de baixa renda, impondo-lhes o trabalho de péssima qualidade, usurpando-lhes o senso crítico para com o meio onde vivem. Antes de tudo, é válido avaliar que diversas industrias, objetivando apenas o lucro, impõe a superexploração de sua mão de obra de forma cruel e desumana, dificultando a ascensão dessa classe trabalhadora. Esse tipo de pratica é fomentada, sobretudo, em países com poucos direitos trabalhistas como a China, a qual, apesar de estampar altos índices de desenvolvimento industrial, é amortecida de forma substanciosa pelo trabalho escravo. Essa questão de proporções incalculáveis foi discutida por Karl Max, em que defendia uma revolução protagonizada pelo proletariado para se alcançar a igualdade comum a todos. Assim, sob o olhar quase sempre indiferente dos órgãos públicos, alavanca-se um processo de valorização econômica em detrimento do bem-estar do ser humano, vilipendiando os direitos basilares do homem. Soma-se a essa grave ferida mundial, o histórico uso de forma negativa dos meios midiáticos na tentativa de manipular, principalmente, as classes menos favorecidas, com o intuito de garantir a estabilidade do regime político vigente. Exemplifique-se o nazismo ocorrido na Alemanha durante a Segunda Grande Guerra, valendo-se da mistificação de seu líder político como ferramenta de alienação ou, mesmo atualmente, o regime ditatorial de Kim Jong-un na Coreia do Norte. Tais fatos sintetizam, pois, a utópica relação harmônica entre os indivíduos de uma nação, motivados por um mesmo ideal presente no livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Dessa forma, atesta-se um sério problema de ordem mundial, no tangente ao incompleto exercício da liberdade, da individualidade humana. Relativamente a essa problemática, urge, por conseguinte, a efetivação da atuação das autoridades continentais, a partir de tratados mundiais, no estímulo a coibir o uso do trabalho escravo de seus territórios, com vista a promover uma civilização mais humanizada. Cabe, ainda, a participação das pessoas eticamente preocupadas com o amplo exercício dos direitos humanos, na disseminação em blogs, sites e redes sociais de quaisquer tipos de casos onde presentifique-se atentados à integridade humana.