No feudalismo europeu da Idade Média, a organização social refletia em uma pirâmide que demarcava da classe baixa à alta: camponeses, nobreza e clero. O Brasil de hoje ainda apresenta resquícios dessa estratificação em camadas, resultando em um país fomentado pela desigualdade social. Tal realidade se deve à carência da educação e de serviços básicos, acarretando problemas como a favelização, comum na periferia das grandes cidades. De acordo com relatório da ONU, de 2010, dentre as causas da desigualdade social estão a deficiência no acesso a educação e a serviços básicos. Neste contexto, grande parte da população está nas camadas desfavorecidas e não possuem condições para o ensino particular, planos de saúde ou, simplesmente, saneamento básico. Dependendo dos serviços públicos que, em parte do tempo, não funcionam como deveriam, ascender socialmente é uma tarefa árdua para quem não nasceu em classes privilegiadas. A favelização é reflexa dessa desigualdade que se propaga na sociedade brasileira por séculos. O filme, e também seriado, “Cidade dos Homens” retrata muito bem a realidade da vida nas periferias dos grandes centros urbanos, enfatizando a dissonância socioeconômica presente. Sofrendo com a pobreza intensa, a falta de saúde, educação e serviços básicos, os habitantes das favelas são convidados à criminalidade e à violência, como meios para sobreviver. Desta forma, a desigualdade social é a base da violência urbana vivenciada pelo Brasil nos dias de hoje. Alguns programas sociais, como o “Bolsa Família”, têm sido eficazes na tentativa de reduzir a miséria e a desigualdade social. Porém, com os elevados impostos pagos pela população é nítido que muito ainda pode ser feito para superar a segregação de classes e alcançar estabilidade econômica e política. Cabe ao Estado, portanto, investir em obras e projetos dentro das favelas e bairros pobres. Pois, com a construção de escolas, hospitais e obras de saneamento básico, são gerados empregos para os próprios habitantes, combatendo a desigualdade social através da redução do desemprego e da criação de melhores condições de vida para a população. A população, por sua vez, deve reivindicar aos governantes melhorias através de protestos e manifestações.