A existência de uma hierarquia é característica da quase totalidade das comunidades de organismos. Os seres humanos não se constituem em uma exceção, os indivíduos são separados em categorias que refletem sua situação econômica e/ou política na comunidade. As classificações reberam diversas denominações de acordo com o contexto histórico. Na atualidade o nome usual é de classe social, sendo nela dado maior valor ao poder econômico. A divisão social é sinônimo de desigualdade, indica a existência de classes mais poderosas e que, consequentemente, dominam as demais. Seguindo a ideologia de Marx, o grande responsável pela desigualdade é o sistema econômico vigente, o capitalismo. Esse sistema valoriza a contínua obtenção de lucro pelos proprietários em detrimento dos empregados, que devido a sua situação inferior aceitam a disparidade econômica. A manutenção da desigualdade não é decorrente apenas de aspectos econômicos. Ao analisar diversos países, principalmente os menos desenvolvidos, outro fator que perpetua a desigualdade também é o mau funcionamento do Estado. Este que é incapaz de prover o básico para todos obterem ascensão social. Muitas vezes esse clima de desigualdade é aproveitado por diversos políticos para que estes consigam se manter no poder. Um exemplo disso são as diversas políticas populistas, nas quais faz-se uma tentativa de "maquiar" a pobreza da população. Os programas de maior distribuição de renda na realidade apenas criam uma massa de indíviduos totalmente dependentes do governo. A amenização do grande abismo existente entre as camadas da sociedade necessita de ajustes tanto na área de educação básica pública, a fim de garantir possibilidades de melhora de vida para toda a população, quanto na ética política e econômica, para que exista, de fato, melhoras para a totalidade, não benefícios para uma minoria.