Nos últimos anos o Brasil teve avanços notórios em áreas sociais como a saída do Mapa da Fome, da ONU, e ascensão da "classe C", com melhorias no poder de compra. No entanto, a nação brasileira ainda figura no ranking dos países mais desiguais do mundo, já que mesmo com o avanço das classes, a parcela mais rica da população continua a deter grande parte da riqueza gerada no país, o que afeta negativamente sua complexa estrutura econômica, política e social. Como já elucidado pelo pensador alemão Karl Marx, a partir da divisão do trabalho e dos meios de produção surgem a classe dominante e a classe dominada. Neste contexto de interdependência, em que os dominados trabalham para enriquecer os dominadores em troca dos bens produzidos, têm-se o agravamento de problemas sociais e o aumento da disparidade econômica, pois a falta de especialização, comum a muitos trabalhadores, reflete em má remuneração e supressão de direitos trabalhistas, pontos de extrema importância no aumento da qualidade de vida. O problema se agrava ainda mais quando o Estado, que deveria proteger a sociedade de injustas relações de trabalho, se torna um defensor mascarado desta espécie de manipulação dos trabalhadores, constitucionalizando normas reguladoras para assegurar os interesses dos proprietários dos meios de produção. Em suma, muitos trabalhadores são claramente usados, com aparato legal, como massa de manobra, mantidos exclusivamente para sanar desejos econômicos de poucos. Como, então, manter o desenvolvimento econômico sem negar os direitos sociais da população? O desafio em questão exige muitas mudanças, a começar pela escola, que precisa desenvolver nos alunos, futuros agentes da sociedade, o senso crítico a respeito das relações sociais e de trabalho. Para isso, é necessário o ensino obrigatório de sociologia, desde o ensino fundamental, aperfeiçoando a matéria e dando ênfase no estudo interativo da política aliada à área social e econômica. Já o Estado precisa implementar políticas de valorização do trabalhador, punindo severamente, através de multas e casação de licenças de funcionamento, as empresas que desrespeitarem a CLT. Logo, essas medidas colaboram para relações de trabalho justas e, por fim, o desenvolvimento social e econômico da nação.