No contexto pré-histórico, a civilização antiga tinha como principal objetivo o bem-estar do coletivo. Os direitos e deveres eram aplicados a todos da mesma forma e a comunidade desfrutava da plena igualdade. Com o passar do tempo, o homem foi criando a consciência do status de prestígio social e poder, e isso, aos poucos, foi se enraizando nas sociedades subsequentes. Tal consciência deu inicio ao desequilíbrio social que persiste até hoje, legitimando-se através dos mais variados aspectos sociais, como na economia e na política. A partir do momento que o homem percebeu que poderia obter vantagens sobre outra pessoa, criava-se a necessidade de justificar tal exploração sem, contudo, gerar uma desordem social. Na sociedade feudal, o poder religioso entrou como um disfarce e juntamente com o poder político - o Estado - alienava a população com a ideia de que cada um tinha o seu papel e era necessário manter essa hierarquia: “Uns oram, uns guerreiam e outros trabalham”. E assim, um pequeno grupo de pessoas ia acumulando riquezas e poder enquanto outros sofriam com essa forma de dominação. Com isso, o poder econômico, político e cultural ficavam concentrados a uma pequena parcela da população, sendo transmitido através das gerações, consolidando as discrepâncias sociais que até hoje existem. A estratificação da população é um ponto chave no tocante às disparidades que ocorrem no meio social. Pois, se há divisão de classes sociais, há diferenças entre cada uma delas em vários aspectos e, se há diferenças, é porque a sociedade não está sendo regida de forma igualitária para todos. As classes sociais são o resultado de uma constante briga pelo poder. Aqueles que pertencem às camadas mais baixas – e que sofrem constantemente por serem a base da pirâmide social - buscam se alavancar socialmente. Aqueles que estão no topo, usam artifícios para se manterem nessa posição, sem abrir mão dos seus privilégios. Para que um país esteja em plena harmonia, a política, a economia e o povo devem estar em comum acordo. A política - exercendo seu papel de cumpridora dos direitos e deveres, exigindo cada vez mais veracidade no cumprimento das normas. A economia – abrindo espaço para que cada indivíduo possa conseguir a sua renda de forma justa, com as mesmas condições para todos. O povo – consciente de que é um ser atuante e que pode mudar a realidade em favor do bem-comum.