O Brasil sustenta uma pseudo democracia desde a lei Áurea, em 1888,quando o escravo se iludiu,confundindo abolição com liberdade.Ser livre não era simplesmente viver em um país que passou a ser regido por uma nova lei,pois era necessária uma prática que estava além da capacidade do negro: mudar uma convicção social,baseada no preconceito da existência de uma raça superior a outra.Pensamento que se propaga até os dias de hoje. Enquanto o Brasil conquista igualdade de gêneros,avanços econômicos e melhorias sociais ,paradoxalmente, existe uma estagnação em relação à etnia racial, já que com 64% de negros pobres,de acordo com o IBGE de 2009, o país ainda vive sob o julgo de um preconceito vigente ,desde 1888.Consolidando o ciclo da desigualdade social ,o ensino é o principal responsável pela distinção entre classes.A educação pública ,desqualificada reservada às classes baixas -aos negros principalmente- constitui um empecilho à ascensão social na esfera da concorrência capitalista,que '' disponibiliza'' aos negros empregos tão ''marginalizados'' quanto aos ''ofícios'' do negro na época da abolição.O ensino precário,de hoje, tirou o negro da condição de analfabeto e deu a ele o estigma de analfabeto funcional,já que não o qualifica para o mercado de trabalho, segundo às exigências do capitalismo globalizado. Nesse contexto, o slogan de''país do futuro'' se dissipa diante da desigualdade social,sempre fundida na história brasileira ,já que o negro, mesmo após séculos , esta submetido a um regime injusto, que garante-de acordo com a constituição- a oportunidade de ascensão,mas,na prática,inibe-a,com a ausência de investimentos educacionais. Assim, para que haja,de fato,democracia racial é preciso investimentos governamentais de base, propiciando o amadurecimento intelectual do aluno e permitindo o tão sonhado''poder de escolha'' ao negro,a fim de que a sociedade não confunda abolição com liberdade.É fundamental salientar que sem conhecimento não há liberdade,visto que a pior escravidão sempre foi o analfabetismo.