Quando lançou a obra “Vidas Secas”, no século XX, Graciliano Ramos fez uma crítica social, na qual se concentrou numa reflexão da realidade brasileira, da dualidade do sertão com suas mazelas e a civilização litorânea e moderna. Já naquela época, a sociedade era composta por classes, e a desigualdade entre elas era alarmante. Hoje, infelizmente, a panorama não é diferente. Nesse contexto, apesar da estruturação da sociedade em classes garantir a estabilidade do país, a do povo encontra-se prejudicada pelo abismo criado entre os grupos sociais. Por mais que permita certa estabilidade econômica do país, a desigualdade entre as camadas trazem uma série de ônus à sociedade. Entre eles, pode-se destacar o aumento da criminalidade, visto que certos bens não estão ao alcance de todos por meios ilícitos, o jeito encontrado por muitos para conseguir algo é através do crime. Ademais, a desigualdade traz miséria, como aquela do sertão de “Vidas Secas”, o que não é justo considerando que uma minoria é provida de abundância. No escopo político, notavelmente, a conjuntura atual do país, com alta desigualdade, é favorável para aqueles que detêm o poder público. Isso porque, a maioria desses, defende os interesses da classe dominante, cujo principal desses é a manutenção de privilégios. Nesse sentido, é evidente que a alta discrepância entre os favorecidos e a classe “operária” deve-se aos governantes que pouco fazem para mudar esse quadro. Portanto, percebe-se que a elevada discrepância entre as camadas sociais traz prejuízos à sociedade, e o poder publico é responsável por isso. Dessa maneira, é preciso maior conscientização da população sobre a importância da escolha de seus representantes políticos, de forma que os interesses das classes desfavorecidas possam ter voz no poder público. Assim, a estabilidade do povo brasileiro será possível de ser alcançada.