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Redação sem título.

Tema de redação: Cibercondria: a doença da era digital

Redação enviada em 09/07/2019

No contexto da Primeira Guerra Mundial, o avanço conjunto da ciência e da tecnologia contribuiu para o aumento do uso do sangue em soldados feridos, que passou a ser transformado em plasma, o qual auxiliou na redução do número de mortos daquele período. Partindo desse pressuposto, é visível que, ao longo da história mundial, as inovações tecnocientíficas têm se mostrado essencial para o avanço das sociedades e para as melhorias na qualidade de vida das pessoas. No entanto, hodiernamente, em oposição aos benefícios oriundos da tecnologia, a Cibercondria, conhecida como a doença da era digital, revela-se um problema que precisa ser contornado por diversos países, inclusive pelo Brasil. Desse modo, é fundamental avaliar as consequências advindas dessa doença, bem como discutir o papel das autoridades brasileiras na mudança do paradigma em questão. Primeiramente, de acordo com o Instituto de Pós-Graduação para Profissionais do Mercado Farmacêutico (ICTQ), a automedicação é praticada por 79% dos brasileiros com mais de 16 anos. Com base nesse resultado, pode-se afirmar que o constante crescimento de casos de cibercondria entre os brasileiros faz com que eles busquem cada vez mais, com o auxílio da internet, descobrir, por conta própria, se possuem alguma doença após perceberem o surgimento de alguns sintomas. Consequentemente, essa prática os levam a descartar a opinião e o auxílio de um médico, e, a partir disso, eles começam a se automedicar com remédios que muitas vezes não são os corretos para o tratamento da sua suposta enfermidade. Logo, o que pode ser uma simples virose pode se tornar, aos olhos do cibercondríaco, uma doença altamente perigosa, a qual o leva a consumir altas dosagens de compostos que podem piorar gravemente a sua saúde. Por outro lado, deve-se ressaltar que a internet sozinha não é a única culpada pela ocorrência desse impasse. Nesse sentido, de acordo com o cardiologista Marcos Vinícius Gaz, médico do Hospital Albert Einstein, "Qualquer pessoa pode comprar um analgésico no balcão da farmácia como se fosse chiclete". A partir da análise desse profissional, é possível inferir que a venda indiscriminada de remédios farmacêuticos para os cidadãos, sem que eles tivessem consultado um médico antes e obtido uma prescrição, contribui demasiadamente para que eles, por intermédio de uma rápida busca em sites de pesquisa, concluam erroneamente que doenças precisam tratar e, como não há leis e vistorias plenamente capazes de impedir que toda essa situação aconteça, a automedicação excessiva torna-se comum. Por isso, cabe ao poder público começar a reavaliar esse revés e estabelecer limites. Sendo assim, diante dos argumentos supracitados, ações são indispensáveis para alterar o cenário vigente. Para tanto, é fundamental que o Ministério da Saúde, juntamente com o Poder Legislativo, contenha a aquisição indiscriminada de diferentes tipos de remédio pela população sem a prescrição feita por um profissional especializado, por meio da elaboração de novas leis relativas às vendas farmacêuticas e da sua aplicação incisiva em cada município do país, com o fito de atuar diretamente no controle da automedicação e de fazer com as pessoas busquem os profissionais e tratamentos corretos para a sua saúde.