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Redação sem título.

Tema de redação: Cibercondria: a doença da era digital

Redação enviada em 16/06/2019

Na Primeira República, cientistas e médicos sanitaristas, como Osvaldo Cruz, utilizaram a tecnologia – mesmo que ainda embrionária –para atenuar as calamidades da saúde pública, o que configurou um avanço para a qualidade de vida do brasileiro. No entanto, do mesmo modo que a Revolta da Vacina atrasou a campanha sanitária, a cibercondria caracteriza-se como um retrocesso no âmbito da saúde. Antes de tudo, a doença da era digital surge do imediatismo e da ingenuidade advindos dessa época, haja vista que muito se confia em diagnósticos irresponsáveis baseados em sites de pesquisa, ao invés de procurar opiniões profissionais. Nesse sentido, da mesma maneira que, na Antiguidade, os gregos confiavam nas previsões e conselhos do Oráculo de Delfos, hoje as pessoas creem piamente nas “orientações médicas” da internet. Dessa forma, ao lançar os sintomas, isoladamente, na rede, elas recebem informações sem a devida análise clínica e, consequentemente, podem prejudicar sua saúde por causa de conclusões precipitadas. Nesse contexto, tornou-se natural a equivocada ideia de autossuficiência, tendo em vista que, com um aparelho conectado à internet, o ser humano considera-se capaz de não só afirmar qual doença possui, como também de selecionar os melhores tratamentos de saúde. Analogamente, o atraso proveniente da Revolta da Vacina adveio da desinformação da população, enquanto que hoje, paradoxalmente, é o excesso de conteúdos que gera a automedicação e a adoção de cuidados alternativos sem a consulta prévia de um médico. Portanto, a tecnologia que outrora provocou a ascensão da Medicina, nos dias atuais pode ser um impasse para o seu desenvolvimento. Logo, similarmente à República Velha, em que a vacinação só foi efetivada quando investiu-se em conscientização, atualmente urge que o Ministério da Saúde, em parceria com o setor midiático, promova campanhas de cunho educativo sobre a cibercondria. Assim, por meio de propagandas televisivas e em redes sociais, cartazes e outdoors, palestras em variadas áreas sociais e eventos de saúde, o Governo poderá esclarecer o povo sobre os perigos dessa prática. Com efeito, a tecnologia, de modo responsável e coerente, seguirá promovendo avanços para a saúde da população brasileira.