O conceito de hipocondria está associado a ideia de que o indivíduo acredita possuir uma determinada patologia severa, porém não diagnosticada. Tornando-o, desse modo, vulnerável à condutas indevidas, como o uso indiscriminado de substâncias nocivas à saúde. Nesse sentido, vale frisar que a internet é um dos principais protagonistas no processo de fomentação da automedicação da sociedade, no século XXI. Em primeira análise, é claro que a internet deixou de ser um recurso meramente entretenimental e tornou-se um dos principais meios de consultas médicas irregulares no mundo. Em outras palavras, basta “dar um google” e o “diagnóstico” surgirá na tela do computador, como mágica. Entretanto, essa prática coloca em risco a saúde da população, uma vez que o laudo virtual está sujeito não somente à falta de procedência, mas também a erros que podem ser fatais para o paciente. Portanto, essas irresponsabilidades devem ser combatidas a todo custo, tanto pela própria sociedade quanto pelos governantes. Em segunda análise, uma pesquisa realizada pelo Instituto de pós-graduação para profissionais farmacêuticos, em 2018, afirma que a automedicação é praticada por 79% dos brasileiros maiores de 16 anos. Caracterizando, assim, uma preferência exacerbada pelo “Dr. Internet” em detrimento dos especialistas reais. Esse cenário dá-se por fatores como a escassez de médicos, sobretudo nas redes públicas de saúde e os interesses econômicos das empresas farmacêuticas, visto que o primeiro está relacionado à falta de vontade pública e o segundo, por sua vez, está em função da busca desenfreada pelo lucro oriundo das vendas de fármacos. É evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para atenuar essa problemática. Logo, cabe ao Poder Público, enquanto Legislativo, criar e sancionar leis, a fim de desburocratizar a intensificação e a fiscalização nas industrias farmacêuticas, mediadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA ), por meio de Propostas de Emendas Constitucionais (PEC’s). Outrossim, a sociedade, deverá mobilizar-se para promover palestras comunitárias juntamente com especialistas da saúde como enfermeiros e médicos, objetivando conscientizar as pessoas dos riscos sobre a automedicação. Assim, medidas como essas, certamente, são irrefutáveis para a mitigação dessa mazela que assola a sociedade contemporânea e, também, causará a aposentadoria o “Dr.Internet”.