Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 19/10/2016

Ao atear fogo sobre seu próprio corpo como forma de protesto aos abusos governamentais, um jovem tunisiano chocou o mundo em 2011 e inspirou uma onda de manifestações sociais pelo Oriente Médio que derrubaram diversos governos ditatoriais: a Primavera Árabe. O que esses eventos tiveram de inovador foi o uso de redes sociais para fortalecê-los. Nesse sentido, se utilizada da forma correta, a internet pode consolidar e potencializar a democracia. Em primeiro plano, nota-se que o ativismo cibernético já provou ser eficaz nacional e internacionalmente, o que revela sua importância. Em 2013, com o aumento da tarifa de ônibus, o Rio de Janeiro foi palco de uma série de movimentações que, assim como nos países árabes, contaram com as redes sociais para seu fortalecimento. Com isso, os movimentos no Rio, com a participação massiva da população jovem, conquistaram a redução da tarifa e demonstraram que o engajamento político está numa fase mais abrangente. Dessa forma, a internet pode atuar como vetor de modificação social. É necessário, entretanto, atentar-se as desvantagens que o mundo virtual pode fornecer em relação a reivindicações sociais. Se, por um lado, permite maior propagação, por outro, o ciberativismo é alvo constante do comodismo. Por possibilitar a discussão de problemas "a domicílio", por muitas vezes, descarta a real presença em mobilizações e corrobora para continuidade do cenário. Deve-se, portanto, ultrapassar os obstáculos que possam minimizar o ciberativismo e a luta social. Nessa perspectiva, é essencial que o ativismo virtual seja acompanhado do presencial para que seja mais efetivo. Fica claro, portanto, que a população pode encontrar na internet, usufruindo dos prós e adaptando-se aos contras, uma grande aliada ao exercício de sua cidadania. Para reivindicar seus direitos com maior visibilidade e coesão, a sociedade pode organizar mobilizações amplas, por meio de divulgação, planejamento de encontros e discussão das problemáticas pelas redes sociais. Por sua vez, a mídia, cumprindo seu papel social e utilizando-se de seu potencial de alcance, pode atuar no combate ao comodismo, por meio de blogs e páginas, por exemplo, que incitem a postura engajada para além da tela do computador, a fim de tornar os indivíduos os entes ativos da transformação social. Desse modo, será possível utilizar o meio virtual para fortificar o governo democrático que Abraham Lincoln previa: do povo, pelo povo e para o povo.