Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 12/10/2016

De 1964 a 1985 o Brasil viveu uma ditadura militar que além de ter sido um regime autoritário, presava a boa imagem do governo, que exilava e torturava os seus não adeptos e difamadores do regime. Nesse contexto a liberdade de expressão era, extremamente, limitada e censurada, culminando em inúmeras mortes. A canção ‘’É proibido proibir’’ de Caetano Veloso expressa com fervor a indignação de muitos para com o regime em relação a liberdade de expressão. Em contrapartida, atualmente, o país é dirigido por uma república democrática em que as manifestações são permitidas e, até mesmo, necessárias, principalmente, no que tange ao setor político. Porém, geram controvérsias quanto a sua veracidade, autenticidade e verdadeiro intuito. Em favor disso, o meio cibernético coadjuva essa propagação de opiniões e informações e podem atuar de forma satisfatória à sociedade ora aos políticos ou então, a ambos. Visto que podem instigar a deposição de um político – como o impeachment da ex presidenta Dilma, ou provocar a sua aclamação; promover a ascensão de um projeto social ou provocar a sua ruína por intermédio de inúmeras insatisfações – como a notória contrariedade da população em relação ao aumento do preços das passagens de ônibus em 2013. Segundo o filósofo Nietzsche, liberdade é exercer sua vontade de poder e, não exerce-la é renunciar a liberdade e tornar-se decadente. Portanto, por meio dos adventos tecnológicos a massa brasileira se faz presente nas questões sociopolíticas fazendo jus a sua respectiva vontade de poder, promovendo assim, sua ascensão no âmbito social. Entretanto, as redes sociais criam uma zona de conforto para os cibernéticos, pois estão atrás de uma tela e não em um debate pessoal. Isso provoca a intensa interação virtual e o afastamento pessoal, tornando as relações sociais líquidas e frágeis. Conforme o sociólogo Bauman, o meio virtual presa o individualismo e as demais amizades adquiridas por meio dele, não promovem um debate, pois embasado no politicamente correto, não há mais controvérsias de opiniões, mas sim discussões atenuadas que no fundo ecoam a mesma opinião. Dessa forma, o ciberativismo uni e informa a sociedade nas questões sociopolíticos e socioeconômicos, mas afasta nas relações sociais, desestruturando o verdadeiro sentido de debates, discussões e altruísmo coletivo. Portanto, é imprescindível a ação da população na comunidade, independente de qual artifício seja usado. Todavia, o excesso de virtualidade deve ser evitado, uma vez que, diminui as chances da reivindicação lograr êxito, já que as solicitações se tornam vazias e inofensivas se comparadas a ações diretas. Ao Ministério da Educação cabe realizar palestras com o fito de promover a socialização e instigar temas a serem debatidos. Ademais, os cibernéticos devem se unir de forma coesa e organizada, tracejando metas para alcançarem seus interesses. Assim sendo, o ciberativismo será uma ferramenta inescusável e de bom grado a todos.