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Redação sem título.

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 25/09/2016

O primeiro Fórum Social Mundial, que aconteceu no Brasil, em 2001, consagrou a internet como fenômeno de comunicação. Isso explica porque os movimentos sociais cada vez mais usam o ciberespaço para divulgar suas idéias. Entretanto, até que ponto esse ativismo tem transformado reivindicações do mundo virtual para o mundo real? A expansão da internet e o uso das redes sociais permitiram a pluralização do ativismo digital nas sociedades. Dessa forma, grupos de internautas passaram utilizar com frequência o ciberespaço para reivindicar direitos ou para divulgar causas e realizar manifestações. No caso da Primavera Árabe, a utilização do Twitter e do Facebook foi fundamental para a mobilização de milhares de pessoas que desejavam o fim dos governos ditatoriais no Norte da África e no Oriente Médio. No Brasil, as mídias sociais também exerceram forte influência em relação às Manifestações de junho de 2013. Para o filósofo Pierre Lévy, “o ciberespaço não é um meio, é metameio”. Isso porque, além de integrar todas as mídias anteriores, esse ambiente também é isento, em regra, do controle direto da liberdade de expressão. No entanto, o ciberativismo tem enfrentado constantes desafios para sua evolução. Um deles é transformar o “web-ativismo” em algo concreto. Mas para isso, acredita-se que não basta ter acesso à internet, fazer um mero exame de consciência e depois clicar contra ou a favor de uma causa, achando que as mudanças virão imediatamente. É preciso entender – dentro de um regime democrático de direito – que existe a necessidade do acompanhamento das demandas sociais e políticas nas instâncias normais da democracia. Logo, o desafio maior é construir um ativismo além da decisão do “clique” e da intenção, é ter pessoas engajadas de fato. Em suma, o ciberativismo conseguiu ampliar a capacidade coletiva de fazer o bem comum. No entanto, a falsa sensação de cidadania - pois não basta viver o lado "on-line" para provocar as mudanças necessárias - deve ser um tema discutido por escolas e universidades em conjunto com o Estado e a mídia, a fim de estimular o engajamento pautado na realidade que nos cerca. Assim, teremos uma ferramenta menos dispendiosa, mas de amplo acesso e atuação dos cidadãos em busca dos seus direitos.