Título da redação:

Primavera Virtual

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 01/08/2016

Em dezembro de 2010, um jovem tunisiano ateou fogo no próprio corpo em forma de protesto político. Contudo, ele certamente não previa que este ato – o qual implicou em sua morte – alcançaria milhares de pessoas, principalmente por meio das redes sociais, mobilizando-as a protestar, exigindo reformas políticas. Nesse contexto, o ciberativismo – apesar de criticado devido às desvantagens políticas e morais a ele associadas – apresenta-se como um instrumento extremamente eficiente, quando bem utilizado. Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o ativismo virtual quando sozinho é superficial e muitas vezes, moralmente agressiva. Por conta disso, é julgado erradamente como “ativismo preguiçoso” por diversas pessoas, já que muitos indivíduos cometem o equívoco de acreditar que seu papel cidadão foi devidamente exercido só por “curtir” ou compartilhar uma postagem revolucionária, sem preocupar-se em comprometer-se também fisicamente – por meio de protestos ou doações, por exemplo. Além disso, uma vez que as comunidades virtuais geralmente agregam pessoas de opiniões semelhantes, a violência verbal dirigida àqueles de posicionamentos opostos é, infelizmente, frequente. Todavia, é pertinente considerar que, na internet, as mobilizações ganham força. Isso ocorre, pois o ciberativismo é mais democrático e abrangente, uma vez que qualquer pessoa com acesso à internet pode conhecer e lançar novas ideias e movimentos, além de ser capaz de assinar petições que outrora eram inviáveis, por exemplo. Ademais, os grupos e comunidades virtuais são ambientes favoráveis para decidir pautas e marcar encontros e protestos acerca de uma determinada causa - como ocorreu com as mobilizações, em território brasileiro, de julho de 2013. Ressalta-se ainda que o ativismo virtual alcança todas as idades, dado que já existem jogos e blogs que visam a conscientização crítica e política do público infanto-juvenil. Fica claro, portanto, que a internet é um instrumento ativista poderoso, principalmente quando complementar à mobilização física. Dessa forma, é necessário que haja um comprometimento das escolas e das referidas comunidades virtuais em promover debates e campanhas políticas que discutam o tema, instruindo estudantes e demais civis a serem devidamente ativos e comprometidos com causas no mundo “real”. Só assim, a “Primavera Virtual” será eficaz como a Árabe.