Muito se tem discutido acerca das constantes manifestações ocorridas no Brasil e no mundo, sobretudo com o intenso uso das redes sociais. Diante de um momento em que a sociedade, em geral, não sabe viver "offline", é necessário analisar essa questão em suas vertentes socioculturais. Desse modo, será possível entender o motivo pelo qual as pessoas necessitam proclamar suas contestações no meio virtual, porém, não agem no mundo real. É válido ressaltar, primeiramente, que com o advento da internet e posteriormente das redes sociais, as relações interpessoais foram se liquefazendo ao longo dos anos. Tal fato, reitera a ótica do sociólogo Zigmunt Bauman com seu pensamento sobre a modernidade líquida, onde se afirma a incapacidade de se manter a forma, ou seja, a fluidez nas relações estabelecidas, que se transformam de modo imprevisível. Sendo assim, muitas pessoas ao se sentirem incomodadas com determinada situação, utilizam as mídias sociais como ferramenta de protesto. No entanto, não apresentam nenhuma atitude para mudar tal inquietação, pois, teriam que sair de trás da tela, se expondo para a sociedade. Além disso, o falso ativismo é influenciado pelo surgimento da geração z, cujas características de impulsividade, individualismo, entre outras,se fazem presente diminuindo a interação social. É indiscutível, portanto, que o ciberativismo ocorre nas redes sociais, porém, de um modo geral, não ocorre no mundo real, desqualificando os pseudo-ativistas. Com isso, as ONG's poderiam formar grupos que apoiem causas afins e realizar reuniões presenciais como modo de estímulo às relações interpessoais e ênfase nas mobilizações realmente realizáveis. Assim como a escola deve estimular o senso crítico das crianças e adolescentes com aulas e palestras acerca de questões polêmicas para que haja um debate saudável e real e não um esconderijo na penumbra virtual.