Título da redação:

Para quem quer mudar o mundo

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 31/08/2016

A informação chega em segundos a praticamente qualquer lugar do mundo através da internet, e isso é ótimo. Por meio dela, as pessoas podem se unir e lutar por uma causa comum. Entretanto, o ciberativismo enfrenta impedimentos que são descritos pela Sociologia e pela Psicologia. Em primeiro lugar, o “problema do carona” afeta muitos protestos. Oscar Wilde diz que o descontentamento é o primeiro passo na evolução de uma nação. Porém, ele não contava que as pessoas se revoltariam sem sair de seus sofás. A Sociologia define esses grupos que apoiam a causa pela internet, mas que não iriam em uma passeata em sua rua, como “caroneiros” — aqueles que deixam o trabalho de ir às ruas para os outros. Ora, se os operários que paralisaram São Paulo em 1917 tivessem sido caroneiros, teriam passado o resto de suas vidas subjugados pelos patrões. Portanto, as redes sociais tem sim um papel de unir as pessoas com ideais parecidos, mas não são suficientes para mudar-se um paradigma. Além disso, a busca pelo pertencimento a um grupo ou a uma razão social motiva falsos ativismos, potencializados pela dinâmica da comunicação globalizada. Sartre diz que a liberdade de ser e de escolher leva à angústia. Isso é evidente nesse mundo pluralista onde existem diversas opções e só uma escolha. Nesse aspecto, as pessoas têm tantos amigos virtuais, mas conhecem tão pouco sobre eles. Estão ligadas com o mundo todo, mas, ainda assim, se sentem sozinhas. Esse vazio, portanto, pode muito bem ser preenchido por uma ideologia qualquer. Como a que levou diversos jovens a se aliarem ao Estado Islâmico e a arriscarem suas vidas por uma causa alheia. Dessa forma, essa busca por preenchimento de lacunas está nos grupos, comunidades e redes sociais, em pessoas que só querem ser acolhidas e reconhecidas. Assim, não basta que haja pessoas revoltadas, mas que estas estejam realmente engajadas com a sua causa. Para tanto, as ONGs, os grupos e as comunidades da internet devem incentivar as pessoas que defendem suas causas a serem mais ativas, indo às ruas e debatendo suas ideias com as pessoas a sua volta, participando do processo como um ser social. Às escolas cabe o papel de instruir sobre a luta pelos valores de forma consciente e à sociedade o de interagir de forma real, com apertos de mão e olho no olho. Só assim que ser um ativista será sinônimo de querer mudar o mundo.