Tempos atrás fazer qualquer tipo de ativismo era arriscado, custoso e difícil de arregimentar pessoas suficientes em prol da causa. Durante a Revolução Francesa ou a Inconfidência Mineira, os indivíduos que estavam lutando contra a ordem vigente tinham encontros às escondidas, segredos e muito temor por suas vidas. Atualmente, com o uso da internet e redes sociais, o ativismo tornou-se rápido, prático e em certas regiões, livre para disseminação de ideias ou informações. Nesse contexto, o ciberativismo, como é conhecida a prática, vem ganhando força e cada vez mais adeptos, causando um verdadeiro impacto social. A utilidade do ciberativismo pôde ser percebida durante a chamada primavera árabe, quando o uso das redes sociais foi fundamental para protestar contra a corrupção, crise econômica e falta de democracia que assolava o mundo árabe. Foi o inicio de um grande movimento que se espalhou pelo mundo, uma nova concepção de ativismo social a partir da utilização das redes. O potencial do ciberativismo foi posto em prática nas manifestações de junho no Brasil, demonstrando sua grandeza através das várias marchas efetuadas, que expuseram a insatisfação dos cidadãos. Marcha das Vadias, Marcha do Vinagre, Movimento Acorda Brasil etc. cada qual com seu propósito, mas todos com um ponto em comum: iniciaram na internet através das redes sociais para depois irem às ruas. Outro fator que torna o ciberativismo tão atrativo é o seu elevado grau de divulgação. Se no século XIX o rádio demorou 38 anos para atingir 50 milhões de pessoas, a internet levou apenas 4 anos desde sua criação, em 1960. Além disso, a troca de informação rápida e cômoda por meio do recurso digital certo permite a participação e o acesso das mais variadas informações. Dessa maneira, torna-se muito mais fácil reunir e associar pessoas com pensamentos parecidos como foi observado nas mais diferentes regiões do Brasil, quando um movimento conseguia ter pessoas atuantes tanto no sul quanto no nordeste protestando pela mesma causa. Portanto, o cirberativismo figura como uma nova modalidade de luta que vai além do ambiente virtual. Como toda novidade, carece de amadurecimento e correções, cuidados que se mostram necessários com o objetivo de não perder o valor já conquistado frente ao desenvolvimento de grupos como Black Blocks e outros, os quais desvirtuam a proposta do movimento. Esta é uma tarefa imposta a todos aqueles que querem continuar e aprimorar essa prática, tornado cada vez mais séria e coerente para todos os cidadãos, sendo estes participantes ou não.