Os recentes acontecimentos tanto no mundo como no Brasil confirmam cada vez mais a importância das redes sociais com o chamado ciberativismo. Nesse sentido, protestos acerca do Impeachment, organizados inteiramente através da internet, ou manifestações norte-americanas questionando atos racistas no contexto policial evidenciaram os pontos positivos da nova ferramenta de protesto, entretanto, deixam dúvidas se as plataformas estão, em sua maioria, sendo utilizadas da melhor forma. Sob um primeiro prisma, a geração atual, chamada por muitos de "mimimi", por contestar diversos aspectos da sociedade, trouxe a possibilidade da discussão de temas estigmatizados em sites como Facebook. Isso pode ser observado constantemente nos debates acerca de antigos tabus como o lugar da mulher, xenofobia, racismo e até mesmo a cultura do estupro na realidade brasileira. Dessa maneira, o ciberativismo com suas diferentes formas de expressão seja em manifestações planejadas, vídeos, fotos entre outros, é capaz de conscientizar internautas e trazer mudanças socioculturais efetivas. Por outro lado, como defendido pelo sociólogo Leandro Karnal, ainda é necessário superar o individualismo que engloba a internet, uma vez que, criam-se enclaves para debates abertos entre os pontos de vista opostos. Como exemplo, tem-se o "ciberbullying", processo esse no qual usuários sofrem preconceito e agressões virtuais por outros da rede. Assim, vários textos defendem discursos de ódio com ofensas públicas, desvirtuando-se do que as tecnologias atuais podem proporcionar. Por fim, considerando o que foi apontado, o ciberativismo além de mobilizar milhares de pessoas nas ruas, é apto a propiciar transformações intensas e trazer diversos benefícios. Em busca de um melhor aproveitamento da superfície das redes sócias, os próprios sites poderiam criar programas específicos para debates on-line e composição dos mesmos presenciais. Além disso, estruturas mais bem organizadas para maior difusão a comunidades que visassem dar voz a diferentes opiniões. Assim as plataformas seriam usufruídas na sua totalidade e de modo mais saudável.