Com o advento da internet e as tecnologias a ela ligadas, as possibilidades de manifestações pessoais e coletivas aumentaram bastante, e como já era esperado, o ativismo também se multiplicou não só na rede, mas por meio dela, ganhou um novo fôlego nas ruas. Todavia, este novo ativismo, mesmo com sua grande dimensão, mostra-se como algo passageiro e muitas vezes sem um foco preciso. Primeiramente, é importante e necessário destacar as diferenças entre as manifestações antigamente e atualmente. Aqueles que têm mais de quarenta anos, facilmente se lembrarão de como eram convocadas greves e protestos nas décadas de 1980 e 1990, ou seja, por meio de panfletos e anúncios em praças públicas. Tais anúncios ocorriam semanas ou até mesmo meses antes da greve ou protesto, criando enorme expectativa e sentimento de engajamento por parte dos participantes. Atualmente, tais manifestações são marcadas com uma ou duas semanas de antecedência e muitas vezes aqueles que protestam estão lá sem saber o motivo e comparecem por curiosidade ou porque receberam um convite no Facebook. Em segundo lugar, observa-se que o ciberativismo gera, muitas vezes as chamadas "supermanifestações", e como se pôde observar nos últimos anos, centenas de milhares e até mesmo milhões de pessoas vão às ruas, a maioria delas recrutada pela internet. Daí resulta a diferença fundamental, e que já foi analisada anteriormente, entre as manifestações atuais e antigas. As "supermanifestações", apesar de terem um número muito grande de participantes, são quase sempre manifestações fadadas ao fracasso, pois não há comprometimento com a causa. Há apenas uma empolgação momentânea, que é aliás a maior marca da modernidade ocidental. Por fim, há também que se analisar as próprias manifestações virtuais. A internet, por ser um meio público, permite que qualquer pessoa expresse sua opinião a qualquer momento. Apesar disso parecer algo positivo, nem sempre é assim, pois várias vezes, pessoas despreparadas espalham falácias que se espalham rapidamente pela rede, devido à indignação de um grande número de pessoas, que levadas pela ira momentânea, dão continuidade e " compartilham " tais fatos sem verificar a veracidade do mesmo, buscando se comprometer e ajudar à causa estabelecida. Desse modo, percebe-se que o ciberativismo tem muitos aspectos a serem melhorados. Se observados atentamente, pode-se perceber que todos esses fatores convergem em um só, ou seja, a necessidade de um maior engajamento e atenção àquilo que se apoia. Para que isso ocorra, é preciso que a população como um todo torne-se consciente, isso, como já se sabe, só será possível com vários projetos educacionais que ensinem aos alunos a importância do comprometimento de fato com uma causa.