Título da redação:

Ciberdebate

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 17/08/2016

O ciberativismo é uma das maiores conquistas possibilitadas pela internet. Ainda assim, por si só ele não é capaz de mudar o mundo fora da rede, aquele no qual vivemos. Ademais, o ativismo online esconde uma faceta decepcionante de tais movimentos: a falta de iniciativa e a vaidade. Dessarte, é fundamental discutirem-se as consequências dessa nova forma de atuação, focando nos prós e contras. Primeiramente, as redes sociais permitiram uma maior organização em manifestações, trazendo resultados impressionantes como os protestos contra a corrupção e o descaso no Brasil em 2013, os quais viram milhões de pessoas saindo de suas casas em busca de seus direitos. Além de elevarem o número de atendentes, sites como facebook e twitter popularizaram a discussão política, que ficava distante do povo, devido à ainda jovem democracia brasileira e ao baixo nível de escolarização da população em geral. Nesse sentido, o ciberativismo é uma consequência maravilhosa da conscientização popular, melhor distribuindo o poder por meio do acesso à informação e da ampliação de manifestações. Em contrapartida, esse ativismo muitas vezes não é produto de verdadeira indignação e desejo por mudança, mas de uma performance apenas para os olhos dos seguidores e amigos daquele que discursa longamente nas redes e efetivamente pouco faz. Em Irmãos Karamazov, de Dostoiévsky, vários dos personagens atuam similarmente, com discursos efusivos, contudo que pouco revelam sobre seus pensamentos reais. De fato, as redes sociais são um palco para o mimetismo ostentativo de Girard e isso se mostra em debates que mais se importam em relevar os próprios argumentos do que entender os do outro e encontrar um meio termo saudável. O ciberativismo, enfim, aumentou o alcance da democracia positivamente e deve ser preservado, portanto. No entanto, há formas de torná-lo mais eficiente. É preciso que as escolas tornem-se um espaço de debate, sobretudo, para que num espaço físico ocorra a discussão também, através de aulas de retórica e clubes de debate, os quais são muito comuns em escolas americanas, visto o peso das atividades extracurriculares na vida acadêmica dos alunos. Além disso, é imprescindível que a sociedade como um todo esteja disposta a ouvir o outro, com respeito e atenção, pois somente assim será possível resolver as malácias de nosso país. Como Jack Sheppard disse: "Se não podemos viver juntos, morreremos sozinhos."